D. Xavier et al.
Dentro de uma pedra de âmbar, esconde-se um segredo com 112 milhões de anos. É a primeira grande descoberta deste tipo no continente sul-americano — são 5 ordens de insetos, preservadas na perfeição.
Uma equipa de cientistas descobriu num jazigo no Equador um ecossistema completo preservado em âmbar — estava literalmente congelado no tempo há 112 milhões de anos.
Nesta primeira grande descoberta de âmbar, relativamente raro, no continente, como a descreve a Science Alert, constam, preservados, pelo menos cinco ordens de insetos, incluindo várias moscas, um escaravelho dos fungos, vespas e um tricóptero, bem como evidências de atividade aracnídea, sob a forma de um fragmento de teia de aranha.
“Estas descobertas fornecem evidência direta de um ecossistema húmido e resinoso e da sua fauna de artrópodes na Gondwana equatorial durante o Intervalo Resinoso do Cretácico”, explicam o paleobiólogo Xavier Delclòs, da Universidade de Barcelona, e colegas no estudo publicado na Nature esta semana.
O âmbar encontrado nesta investigação foi formado por árvores araucariáceas, que, embora fossem abundantes no Jurássico e Cretácico, estão agora representadas apenas por algumas espécies do Hemisfério Sul.
E havia dois tipos de âmbar no local: um formado pela resina que escorria das raízes subterrâneas das árvores e outro formado acima do solo.
“Esta descoberta, e os restos vegetais associados nas rochas portadoras de âmbar, ampliam a nossa compreensão da fauna e flora de artrópodes da Gondwana que habitavam florestas ao longo da sua margem ocidental durante um intervalo de tempo de grande transformação ecológica”, escrevem os autores, que pretendem continuar com as investigações.