Em torno da imagem de uma capa de jornal com a notícia da morte de António de Oliveira Salazar, líder do regime do Estado Novo, em julho de 1970, realçam-se vários dados estatísticos que se registariam nessa época em Portugal.
Desde logo, “um em cada quatro portugueses não sabia ler nem escrever“, “mais de 50% das habitações não tinham água canalizada” e “Portugal tinha uma das maiores taxas de mortalidade infantil na Europa”.
Estas alegações têm fundamento?
Sim. De acordo com os dados recolhidos nos Censos de 1970, um em cada quatro portugueses (25,6%) era analfabeto. Essa percentagem de pessoas que não sabem ler nem escrever foi baixando ao longo das décadas seguintes: 18,6% em 1981; 11% em 1991; 9% em 2001; 5% em 2011; e 3,1% em 2021.
Também é verdade que, em 1970, cerca de 68% das casas não tinham duche ou banho, 53% não tinham água canalizada e 42% não tinham instalações sanitárias.
De resto, nesse mesmo ano da morte de Salazar, a taxa de mortalidade infantil registada em Portugal era uma das mais elevadas da Europa: 55,5‰, isto é, morriam 55,5 crianças com menos de um ano de idade por cada 1.000 nascimentos. Em 2024 fixou-se em 3‰, uma das mais baixas do mundo.
Sublinhe-se neste âmbito que, em 1970, apenas 38% dos partos ocorriam em estabelecimentos de saúde.
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Avaliação do Polígrafo: