Um projeto internacional inovador está a tentar reconstruir o perfil genético de Leonardo da Vinci, rastreando a sua linhagem ao longo de 21 gerações e comparando o DNA de descendentes vivos com restos mortais encontrados num túmulo da família Da Vinci, na Igreja de Santa Croce in Vinci. Se bem-sucedida, a investigação poderá revelar novos detalhes sobre a saúde, criatividade e até mesmo a autenticidade das obras do génio renascentista.

O estudo baseia-se em três décadas de pesquisa genealógica e na análise de 15 descendentes diretos do lado masculino da família de Leonardo. Testes de DNA ao cromossomo Y desses descendentes confirmaram a continuidade genética da linhagem, permitindo aos cientistas avançar para a comparação com fragmentos ósseos recuperados durante escavações arqueológicas recentes. Resultados preliminares indicam que pelo menos um dos ossos analisados pertence a um indivíduo do sexo masculino, possivelmente relacionado com o avô ou meios-irmãos de Leonardo.

O Projeto DNA Leonardo, lançado em 2016 e coordenado pela Universidade Rockefeller, em colaboração com a Universidade de Florença e outras instituições internacionais, tem como objetivo mapear o cromossomo Y de Leonardo e identificar vestígios de DNA em manuscritos ou outras obras. Se for possível comparar com os descendentes vivos, os cientistas poderão reconstruir partes do DNA do artista e aprofundar o conhecimento sobre a sua biologia e talentos extraordinários.

Além da genética, o estudo revelou detalhes inéditos sobre a genealogia e propriedades da família Da Vinci, incluindo sete casas na vila e castelo de Vinci e duas propriedades herdadas pelo próprio Leonardo. Os investigadores acreditam que estas descobertas poderão lançar nova luz sobre o ambiente que moldou a vida e a obra do artista.