Os preços das casas em Portugal aceleraram para uma subida de 17,2% no 2º trimestre, de acordo com o INE. É uma aceleração de quase um ponto percentual em relação à subida homóloga do 1º trimestre e um novo recorde que é acompanhado por um aumento muito significativo do número total (e do valor) de casas transacionadas.
A informação foi publicada nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O organismo oficial de estatísticas acrescenta que em relação ao trimestre anterior, índice (IPHab) cresceu 4,7%, uma variação ligeiramente menos do que no trimestre precedente.
Trata-se de taxas que revelam um crescimento “fortísimo” dos preços das casas em Portugal, salientam os economistas do BPI em nota de análise difundida nesta segunda-feira, após a divulgação dos dados. Os economistas previam um crescimento na ordem dos 14%, pelo que o valor oficial saiu muito superior às expectativas.
“Com este dado é bastante claro que em 2025 o mercado imobiliário se manterá em zona de expansão (aumento dos preços e do número de transações) principalmente porque os diferentes fatores que promoveram a procura em 2024 continuam presentes”, antecipam os economistas do BPI.
Por ora, o evitar da escalada para uma guerra tarifária entre a Zona Euro e os EUA reduziu a incerteza e vai permitindo a contenção da inflação, resultando no estacionar das taxas de juro em niveis considerados neutrais pelo BCE. O mercado de trabalho continua com número de pessoas empregadas em niveis máximos, baixa taxa de desemprego e os salários a subirem em termos reais. Algumas medidas de estimulo à procura também vão manter-se, nomeadamente as que dizem respeito às isenções fiscais e garantia pública para jovens na compra de habitação própria permanente. Ao nível da oferta, o ritmo da nova construção tem vindo a acelerar em 2025, mas o output ainda está longe dos níveis observados na primeira década do séc. XXI”.
FONTE: Instituto Nacional de Estatística
O INE acrescenta que, entre abril e junho de 2025, transacionaram-se 42.889 habitações, um aumento de 15,5% face ao período homólogo e um crescimento de 3,7% face ao trimestre anterior. No segundo trimestre, o valor das habitações transacionadas atingiu 10,3 mil milhões de euros, mais 30,4% que em idêntico período de 2024.
O IPHab é compilado através de informação administrativa fiscal anonimizada, enviada pela Autoridade Tributária e Aduaneira ao abrigo de um Protocolo celebrado com o INE, referente ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).