Raramente se fala nos casos de sucesso de imigrantes bem integrados na sociedade portuguesa. Safaa Dib é um deles. O seu primeiro livro é sobre a sua família, o seu percurso e o que é ser luso-libanesa. E lisboeta.

Lisboa é a minha cidade. Aprendi desde cedo a calcorrear as suas calçadas, a subir as suas colinas ao encontro dos miradouros, a perder-me na costa do Castelo ou nos passeios pelo rio, enquanto esperava pelo pôr do sol e os tons rosados que preenchiam o horizonte. Em adolescente, aprendi a desvendar sozinha a malha urbana alfacinha […]. Cresci imersa na cultura dos vários bairros lisboetas, desde Arroios, Saldanha e Martim Moniz à Sé e Alfama.”

Adotar uma cidade é um gesto que tem tanto de emotivo como de racional. No caso de Safaa Dib, ambos se entrelaçam. Ela que é filha de imigrantes libaneses que se viram forçados a abandonar o seu país durante a guerra civil libanesa – e que escolheram Lisboa como local de residência nos anos 80 – tece loas à cidade que a acolheu e viu crescer. Chama-lhe casa, sem nunca esquecer que é fibra feita de duas culturas, a portuguesa e a libanesa. Que por sua vez se ramifica étnica e religiosamente na comunidade drusa.

Conteúdo reservado a assinantes. Leia a versão completa aqui. Edição do Jornal Económico de 19 de setembro.