José Mourinho fez, nesta segunda-feira, mais uma carícia ao ego dos benfiquistas ao confessar que não teria aceitado treinar o Sporting ou o FC Porto com a mesma rapidez com que aceitou ser treinador do Benfica.

Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo de terça-feira, contra o Rio Ave, relativo à jornada inaugural da I Liga, José Mourinho foi confrontado pelos jornalistas sobre os contactos que manteve com Frederico Varandas e André-Villas-Boas, respectivamente presidentes do Sporting e do FC Porto. E o novo técnico dos “encarnados” aproveitou a pergunta para, com a sua resposta, se aproximar um pouco mais dos adeptos benfiquistas.

“A pequena conversa que tive com Villas-Boas e Varandas foi simples. Eles usaram um emoji sorridente e desejaram que ficasse em segundo. Se o convite surgisse do FC Porto ou Sporting, não sei se aceitaria. Mas, honestamente, não aceitava tão rápido como fiz com o Benfica”, declarou Mourinho.

O agora treinador das “águias” revelou também que não conversou com nenhum candidato às eleições, para além de Rui Costa. “Não falei com nenhum candidato, nem acho que o deva fazer. Sou treinador do Benfica e devo focar-me nos meus objectivos”, embora tenha admitido que escutou com simpatia e orgulho as palavras respeitosas dos candidatos para consigo.

Sobre as razões que o levaram a aceitar o desafio de ser o treinador do Benfica, Mourinho explicou que sentia falta de algumas coisas, sublinhando que a sua decisão nada teve a ver com dinheiro.

“Se ficasse em casa até ao final da época, ganhava mais do que a trabalhar no Benfica. Ficava com a família em Londres, ia para o Algarve dar umas voltas… ganhava mais aí do que no Benfica. Gosto muito de trabalhar. Tenho saudades de lutar por um título. Não o pude fazer nem na Roma, nem no Fenerbahçe. Estar em casa não é para mim. Quis pôr-me à prova. Um dia ser bom, outro ser péssimo… alimenta-me. Neste caso, a verdade é só uma: se ficasse em casa até ao final da época, ganhava mais do que a trabalhar aqui”, confessou Mourinho.