Ovos que se partem. Um vínculo que nasce. Uma menina que perde tudo e, ainda assim, se recusa a apagar a própria luz. A Fúria das Chamas, estreia litrerária da autora Olivia Rose Darling, é sobre o que sobrevive às cinzas: o amor, a raiva, a coragem.
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O livro, que chega ao Brasil em 2025 pela Plataforma21, abre a duologia “Fear the Flames” e une ação, erotismo, fantasia política e uma protagonista disposta a desafiar quem se colocar no caminho dela até seus dragrões. A trama nos transporta para o reino de Imirath, um lugar que não via dragões desde quando os deuses habitavam o mundo mortal. Mas quando cinco ovos eclodem diante dos olhos da princesa Elowen Atarah, criando um vínculo mágico e inquebrável com as criaturas, a vida e o destino dela são alterados.
Isso, pois, temendo o poder da filha, o rei tenta romper a conexão da herdeira com as criaturas mágicas, mas suas ações resultam na morte da rainha e condenam Elowen a anos de cativeiro, longe de seus dragões e em profundo sofrimento. Após um resgate e anos nas sombras, a agora adulta Elowen está pronta para retornar a Imirath, movida por uma sede de vingança contra aqueles que a feriram. Sua missão é clara, derrotar o próprio pai, resgatar os dragões que considera sua verdadeira família e salvar seu povo da fome.
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Em “A Fúria das Chamas” (Fear the Flames), Elowen Atarah descobre sua força ao se conectar com cinco dragões recém-nascidos. (Foto: VR Editora, Plataforma 21, Divulgação)
O vínculo mágico entre princesa e dragões move toda a trama. (Foto: Instagram, Reprodução)
Olivia Rose Darling apresenta em sua estreia literária uma protagonista marcada pela dor e pela coragem. (Foto: VR Editora, Plataforma 21, Divulgação)
Continuação “Wrath of the Dragons” foi publicada recentemente nos EUA. (Foto: Instagram, Reprodução)
Autora é best-seller do New York Times e do USA Today (Foto: Instagram, Reprodução)
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Em entrevista por e-mail ao NSC Total, Olivia Rose Darling conta que a história começou com a própria Elowen e antes mesmo da trama.
— Constantemente tive personagens entrando e saindo da minha mente, mas Elowen foi a primeira a permanecer. Eu sabia que precisava contar a história dela e sempre amei dragões, fantasia, mundos épicos e missões, além de romance, então Fúria das Chamas surgiu para que eu fosse o ápice de tudo o que amo — diz.
Criar a protagonista também foi um processo reconfortante para a autora, por apreciar personagens femininas que não se esquivam de suas emoções: — Eu quis mostrar que você pode ser forte e ainda ter ansiedade, pode ser amada sem ser perfeita, pode chorar e se recompor logo depois — conta Darling, sublinhando que a complexidade de Elowen reflete a dualidade dos seres humanos, onde ninguém se encaixa em uma “caixa”.
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Amor, luto e dragões
Quando finalmente escapa da prisão e retorna já adulta, Elowen precisa se unir a Cayden Veles, comandante implacável do reino vizinho de Vareveth e um dos homens mais temidos do continente. Ao longo da história, a aliança estratégica se transforma lentamente em uma relação marcada pela tensão, pelo erotismo e pela entrega emocional.
Apesar das comparações com o popular trope enemies-to-lovers (de inimigos para amantes), Darling prefere descrevê-los de outra forma. — Elowen e Cayden nunca foram inimigos. Gosto de pensar neles como “de aliados a amantes” (allies to lovers), aliados que compartilham a mesma luta e, por isso, conseguem se aproximar — afirma. Ainda assim, a autora reconhece que a narrativa explora duas outras tropes adoradas pelos leitores: slow-burn (romance em fogo lento) e forced proximity (proximidade forçada).
— Adorei usá-los para aproximar os personagens e obrigá-los a conviver lado a lado, tornando a recompensa da espera muito mais intensa— revela.
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Nesse universo de batalhas e intrigas políticas, os dragões representam perseverança, luto e amor em sua forma mais profunda. Ao longo de todo o livro, a devoção de Elowen por seus dragões permanece inabalável, independentemente do tempo que passe ou das provações que enfrente.
— Representam o que é suportar o luto por um longo período de tempo, o amor incondicional, a dor de ver o tempo passar enquanto você permanece preso ao passado. Mas também representam a força de resistir ao impossível e a certeza de que o amor é a força motriz mais poderosa do mundo— explica a autora, que complementa que os “grandes amores não se limitam ao amor romântico” e “o amor tudo suporta”.
Camadas de política
Darling afirma que a mistura de gêneros, com um enredo que envolve vingança, alianças militares e batalhas épicas, surgiu naturalmente da interdependência entre os elementos. — Misturar todos os elementos decorre da interligação de todos eles, de modo que um não possa existir sem alguma consequência para o outro. A política reflete o abuso de poder e afeta o romance, bem como as lealdades. Os personagens são forçados a tomar decisões difíceis e o que quer que decidam mudará o enredo de alguma forma. É como um efeito dominó. Adoro histórias com muitas camadas, então criar a causa e o efeito de tudo é muito divertido para mim — aborda.
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E a narrativa não foge de temas pesados como violência física e psicológica, mas os trata com responsabilidade. O foco está sempre na força de Elowen, que, apesar de marcada pelo sofrimento, assume o controle da própria história. Para a autora, trata-se de mostrar uma mulher disposta a tudo para proteger aqueles que ama e lutar por justiça, mesmo quando isso significa enfrentar seu próprio sangue.
Sonho de infância realizado
Olivia Rose Darling cresceu entre Nova York e Manchester, sempre rodeada por palavras. Desde criança, escrevia poemas e contos em guardanapos e cadernos escolares. A publicação no Brasil tem um sabor especial para ela. — Os leitores brasileiros pediam a tradução havia muito tempo. Estou muito feliz que a história esteja mais acessível agora, especialmente para leitores tão acolhedores e apaixonados— comemora.
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