Secretaria de Saúde destaca que, embora não tenha cura, o tratamento pode contribuir para redução do ritmo da perda de capacidades e proporcionar uma melhor qualidade de vida

Alterações da memória e humor, dificuldade em executar tarefas, em compreender o significado das palavras, desorientação temporal ou espacial, variações de comportamento, com comprometimento das atividades de vida diária são sinais que podem alertar para o diagnóstico de uma demência. Na semana de conscientização sobre a Doença de Alzheimer e outras demências, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) destaca a importância da adoção de hábitos e estratégias saudáveis para redução dos riscos.

“A conscientização é essencial. Setembro nos lembra que o diagnóstico precoce, a informação qualificada e o apoio aos cuidadores são pilares para um cuidado integral e humanizado e é um dos caminhos para manter o paciente funcional o maior tempo possível”, ressalta a Referência Técnica Distrital (RTD) em Geriatria da SES-DF, Larissa Freitas.

A especialista destaca que estratégias preventivas baseadas em hábitos de vida saudáveis, controle de comorbidades crônicas e manutenção da vida social ativa podem reduzir o risco ou postergar o início da doença. Fatores de risco como idade avançada, predisposição genética, hipertensão arterial, diabetes e inatividade física e cognitiva contribuem para a ocorrência da doença.

Embora não tenha cura, o tratamento pode ajudar a lentificar a perda cognitiva e funcional e proporcionar uma melhor qualidade de vida e deve ser feito com apoio multiprofissional, promovendo estimulação cognitiva, manejo psicossocial, atividade física regular, alimentação adequada e medicamentos para controle de sintomas.
 

Alzheimer: fatores de risco como idade avançada, predisposição genética, hipertensão arterial, diabetes e inatividade física e cognitiva contribuem para a ocorrência da doença. Sandro Araújo/Agência Saúde DF

Cuidado além do paciente

Freitas ressalta ainda que a doença não afeta apenas o paciente, mas toda a família. “A sobrecarga do cuidador é um aspecto central: envolve desgaste físico, emocional, social e financeiro, frequentemente levando ao adoecimento desse indivíduo. Por isso, políticas públicas e ações de apoio devem contemplar tanto o paciente quanto quem dele cuida”, pontua.

Alzheimer

A doença está associada ao acúmulo de proteínas específicas no sistema nervoso central, levando à degeneração de neurônios. Como consequência, ocorre a perda progressiva das células em certas regiões do cérebro, como no hipocampo – que controla a memória – e no córtex cerebral, essencial para a linguagem, o raciocínio, a memória, o reconhecimento de estímulos sensoriais e o pensamento abstrato.

No Brasil, estima-se que mais de 1,7 milhão de pessoas vivam com algum tipo de demência, e a tendência é de crescimento exponencial em virtude do envelhecimento populacional. Entre janeiro e março de 2025, foram realizados em todo o Brasil mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados à doença de Alzheimer no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme dados do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), do Ministério da Saúde. A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada.