No ano passado, “1356 entidades empregadoras estiveram em situação de lay-off, o que correspondeu a um aumento de cerca de 22,1% face ao período homólogo”, aponta o documento, com base nos dados disponibilizados pela Segurança Social. Em 2023, o número de empregadores que estiveram em lay-off já tinha aumentado 169%, face a 2022, para 1113.

Os dados de 2024 vêm manter esta tendência de crescimento, ainda que a subida não tenha sido tão expressiva como a de 2023.

O relatório revela ainda que em 2024 “foram comunicados 497 despedimentos coletivos”, abrangendo “cerca de 5700 mil trabalhadores despedidos”, o que representa um aumento homólogo de 59%. “Relativamente ao período homólogo, em 2024, constatou-se um aumento de 15,3% do número de despedimentos coletivos comunicados, o que correspondeu a mais 66” casos.

Governo vai intervir

Na apresentação do relatório do Centro de Relações Laborais, o secretário de Estado Adjunto e do Trabalho manifestou-se preocupado com o elevado número de mortes por acidentes de trabalho em Portugal. “O número continua muito elevado”, referiu Adriano Rafael Moreira.

O secretário de Estado indicou ainda que o Governo quer apresentar aos parceiros uma proposta de acordo plurianual sobre saúde e segurança. Citando dados do estudo, Adriano Rafael Moreira revelou que as mortes por acidentes de trabalho estão “a rondar as três por semana”, o que reforça a necessidade “de dedicação nesta área”. Apesar de não ter especificado um prazo concreto, sublinhou que o Governo quer “apresentar rapidamente” a minuta de acordo “em diálogo com os parceiros sociais”.

Segundo o relatório do Centro de Relações Laborais, em 2022, foram contabilizados “cerca de 184,6 mil acidentes de trabalho, entre os quais se contabilizaram 141 acidentes mortais, mais seis mortes e mais 9,6 mil acidentes em relação ao ano anterior”.

Quanto aos acidentes mortais, “desde o início da série em análise, evidenciou-se um aumento do seu número, verificando-se, em 2022, mais 38 acidentes mortais face a 2018”, lê-se.