Mudança de rumo na Porsche. A marca vai adiar o lançamento de modelos 100% elétricos e reforçar a oferta de híbridos com motor de combustão.

Depois de vários sinais de que os planos de eletrificação da Porsche poderiam não estar a correr como previsto — incluindo o atraso no lançamento dos 718 Boxster e Cayman 100% elétricos —, o construtor confirmou agora as suspeitas.

Em comunicado, a marca anunciou que “realinhou a sua estratégia de produto”, que passará a ser “especialmente complementada por veículos com motores de combustão”.

Posto isto, o novo SUV da marca previsto para um segmento acima do Cayenne (conhecido pelo nome de código K1) e que, até agora, se esperava ser 100% elétrico, será inicialmente lançado com sistemas híbridos plug-in (com motores de combustão), devido às atuais condições do mercado.

Porsche Cayenne Electric - frente© Porsche Porsche Cayenne Electric será lançado no mercado ainda antes do final do ano.

“Estamos a viver mudanças enormes no setor automóvel. Por isso, estamos a realinhar a Porsche em toda a sua gama”, afirmou Oliver Blume, diretor-executivo da Porsche e do Grupo Volkswagen. “Queremos responder às novas realidades do mercado e às exigências dos nossos clientes”, disse.

Modelos já existentes, como o Panamera e o Cayenne, vão manter-se disponíveis em versões com motor de combustão até meados da próxima década. A marca já incluiu no seu “Cycle Plan” (plano de produto de longo prazo) as próximas gerações destes modelos, garantindo a sua continuidade.

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Em julho, Blume revelou ainda que, em 2028, a Porsche planeia lançar o substituto do Macan a gasolina, que deverá ser equipado com motores de combustão e sistemas híbridos plug-in.

Para além disso, a marca da Estugarda tomou ainda a decisão de adiar o desenvolvimento da sua nova plataforma exclusiva para veículos elétricos, que estava prevista para o final desta década. Esta decisão deverá ter um custo para a marca de 1,8 mil milhões de euros. Ainda assim, a Porsche vai continuar a atualizar a sua gama de elétricos atual: Taycan, Macan, Cayenne Electric e o 718.

“Estas medidas vão apoiar os resultados financeiros nos próximos anos, mas, para já, vão gerar custos adicionais”, revelou o executivo. A marca espera despesas extraordinárias de cerca de 3,1 mil milhões de euros para o exercício de 2025, relacionadas com a mudança de estratégia.

Rutura na Porsche

Não é só a procura por elétricos aquém das expectativas que está a impactar os números da Porsche. As tarifas de importação nos EUA e a retração do mercado de luxo na China têm agravado o clima de instabilidade na empresa.

A nova estratégia deverá compensar parcialmente estes impactos, levando a marca a rever em baixa as metas para 2025: lucro operacional de 2% (as previsões anteriores andavam entre os 5% e os 7%).

“Com uma combinação de motores de combustão, sistemas híbridos plug-in e veículos 100% elétricos, queremos responder a toda a gama de exigências dos clientes. A médio prazo, esta abordagem visa apoiar o nosso modelo de negócio e reforçar a nossa posição no mercado”, concluiu Blume.

O Grupo Volkswagen, que detém 75,4% da Porsche, revelou que esta alteração estratégica terá um impacto financeiro de 5,1 mil milhões de euros.

Paralelamente, cresce a pressão para que Oliver Blume abandone a liderança da marca da Estugarda. Segundo a revista alemã WirtschaftsWoche, o novo diretor-executivo deverá ser anunciado no outono, assumindo as suas funções no início de 2026.

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