A empresa de Warren Buffett vendeu a última «fatia» da BYD, após quase duas décadas de investimento. Descubra o que está em causa.
A história entre Warren Buffett e a BYD chegou ao fim. A empresa do conhecido investidor americano, a Berkshire Hathaway, vendeu a última fatia que detinha na gigante chinesa dos automóveis elétricos, pondo termo a um investimento de 17 anos que rendeu uma valorização impressionante de 3890%.
O investimento remonta a 2008 e teve a mão de Charlie Munger, braço direito de Buffett e um dos primeiros a reconhecer o talento quase “milagroso” do fundador da BYD, Wang Chuanfu. Na altura, a Berkshire comprou 225 milhões de ações a 8 dólares de Hong Kong (0,87 euros à taxa de câmbio atual) cada, num total de 195,75 milhões de euros.
© Razão Automóvel O BYD Dolphin Surf é o modelo elétrico mais barato da marca chinesa.
Fechar a porta devagar
A saída começou em 2022, quando a Berkshire reduziu ligeiramente a sua posição de 20,04% para 19,92%. Um pequeno gesto, que desde então abriu caminho a sucessivas vendas. Na altura, a BYD disse aos jornais locais que “não havia necessidade de fazer interpretações a mais”. No entanto, em 2024, a participação caiu abaixo dos 5% e deixou de ter de ser comunicada publicamente.
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Para a BYD, o movimento foi recebido com naturalidade. “Comprar e vender ações é normal”, disse o diretor-geral da marca, Li Yunfei, numa publicação na rede social Weibo, aproveitando para agradecer a Buffett e Munger pelo apoio de quase duas décadas.
O fim de uma era, no meio da turbulência
Este adeus coincide com um momento delicado para a BYD. Após anos de crescimento imparável, a marca entrou numa fase de estagnação. Em julho vendeu 341 030 veículos de passageiros (+0,1% face a 2024) e em agosto 371 501 (+0,2%). Este é o crescimento mais baixo registado desde janeiro de 2021, segundo dados da China EV DataTracker.
Tudo isto, num contexto em que as vendas globais de Veículos a Novas Energias (NEV) de passageiros (elétricos e híbridos plug-in) subiram 12,4% em julho e 7,2% em agosto. Ou seja, o mercado continua a crescer, mas a BYD está a perder tração.
De acordo com algumas fontes, o construtor chinês terá reduzido internamente a sua meta anual de vendas de 5,5 milhões para 4,6 milhões de veículos de passageiros em 2025. Entre janeiro e agosto, a marca vendeu 2,83 milhões de unidades globalmente, sinalizando que as vendas não deverão alcançar o objetivo inicial.
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