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O supertufão Ragasa, conhecido localmente nas Filipinas como Nando, atingiu esta segunda-feira a Ilha Panuitan, na província de Cagayan, no norte do país, provocando ventos de mais de 267 km/h — equivalentes a um furacão de categoria 5 — e chuvas torrenciais, segundo a agência meteorológica filipina PAGASA, na CNN.

Dezenas de milhares de pessoas podem ser afetadas pela tempestade, que se dirige em direção a Hong Kong, Macau e à província de Guangdong, na China continental. A PAGASA alertou que os ventos podem ser ainda mais fortes em áreas costeiras e montanhosas expostas, enquanto regiões abrigadas terão ventos relativamente mais fracos.

Na manhã de segunda-feira, o supertufão, localizado a pouco mais de mil quilómetros a leste-sudeste de Hong Kong, provocou chuvas intensas e rajadas de vento superiores a 315 km/h nas Filipinas.

Inundações e deslizamentos de terra são esperados no norte de Luzon, onde os totais de precipitação podem ultrapassar os 400 mm, e ondas de três metros ou mais ameaçam as Ilhas Batanes e Babuyan, no leste de Taiwan, e posteriormente o sul da China e do Vietname.

As autoridades filipinas emitiram o sinal de vento de ciclone tropical mais alto para o norte das Ilhas Babuyan, alertando para condições potencialmente “muito destrutivas” e “alto risco de tempestades fatais” (PAGASA). Foram ainda emitidos alertas de inundação para áreas baixas de Luzon devido à intensificação das chuvas de monção.

O arquipélago filipino sofre anualmente com múltiplos tufões, mas as alterações climáticas tornaram as tempestades mais extremas e imprevisíveis, aumentando a vulnerabilidade das populações mais pobres. Em 2024, as Filipinas foram atingidas por quatro tufões em menos de duas semanas, causando danos significativos.

Precauções em Hong Kong, Taiwan e China

Antes da chegada da tempestade, autoridades de Hong Kong, Taiwan e China continental tomaram diversas medidas de prevenção. Na China, cerca de 400 mil pessoas de áreas baixas e costeiras de Shenzhen — uma megacidade com 17,5 milhões de habitantes — estão a ser realocadas. Na província de Guangdong, os serviços ferroviários serão gradualmente suspensos a partir desta terça-feira.

Em Taiwan, foi emitido um alerta terrestre e marítimo. No Condado de Hualien, aproximadamente 300 moradores foram colocados em alerta de evacuação.

Em Hong Kong, todas as escolas estarão fechadas entre terça e quarta-feira. O governo disponibilizou abrigos temporários e colocou em prontidão polícias, bombeiros e equipas médicas. A Cathay Pacific Airways cancelou mais de 500 voos programados para a cidade entre terça e quarta-feira, segundo a Associated Press.

O Observatório de Hong Kong alertou para a possibilidade de ondas e ventos comparáveis aos dos tufões Hato (2017) e Mangkhut (2018), que causaram danos significativos.

Crise climática intensifica tempestades

O Pacífico Ocidental é a bacia tropical mais ativa do planeta, sendo setembro normalmente o mês com maior atividade ciclónica. O supertufão Ragasa intensificou-se rapidamente devido a um fenómeno conhecido como substituição da parede do olho, no qual um novo anel de tempestades se forma fora do núcleo do tufão, alargando a área de ventos fortes e tornando a tempestade ainda mais poderosa.

Cientistas alertam que os tufões têm-se intensificado mais rapidamente devido ao aquecimento global, com oceanos mais quentes fornecendo energia suficiente para tempestades mais poderosas, de acordo com o Globo.

Impacto inicial

O supertufão Ragasa já provocou a queda de árvores, destruição de telhados e pelo menos uma morte devido a deslizamentos de terra nas Filipinas, onde milhares buscaram refúgio em escolas e centros de evacuação. Na terça-feira, o ciclone avançava pelo Mar da China Meridional com ventos máximos sustentados de 230 km/h, segundo o serviço meteorológico de Hong Kong.

Em Shenzhen, supermercados ficaram sem carne fresca, pão e vegetais, enquanto longas filas se formavam devido às compras de emergência.

O Observatório de Hong Kong prevê que o alerta T8, o terceiro nível mais alto, será emitido a partir das 14h20 (hora local), provocando a suspensão de transportes e encerramento de comércios. A bolsa de Hong Kong manter-se-á aberta, mas sob monitorização atenta da situação.

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