“As duas coisas que recebi das Nações Unidas foram umas escadas rolantes com defeito e um teleponto com defeito”, ironizou o presidente dos EUA em Nova Iorque, referindo-se aos problemas técnicos em torno do seu discurso na sede da ONU, uma instituição que, segundo ele, “está muito longe de atingir o seu potencial”.
Depois de vários minutos a enaltecer os seus feitos na presidência dos EUA e na economia norte-americana, que diz ser “a melhor economia de sempre no mundo”, Trump passou a detalhar aquelas que diz serem as suas conquistas, declarando ter acabado com sete guerras “intermináveis” em sete meses.
Nenhum outro presidente “jamais fez algo parecido”, disse, acusando a ONU de não o ter ajudado nos seus vários esforços de paz. “Pena ter de fazer eu estas coisas e não a ONU”, asseverou.
“Qual é o propósito das Nações Unidas?”, questionou, afirmando que a organização “não chega nem perto de atingir o seu potencial”. “A única coisa que parece fazer é declarações veementes, mas depois nunca concretiza nada. São palavras vazias, e palavras vazias não resolvem guerras”, disse.
“Não só as Nações Unidas não estão a resolver os problemas, como estão a criar problemas, como por exemplo com a imigração incontrolada”, continuou, acusando a ONU de incentivar a “invasão” de certos países através da imigração ilegal.
“A ONU está a financiar um ataque aos países ocidentais e às suas fronteiras”, disse, referindo-se à ajuda financeira que a organização tem prestado aos migrantes necessitados. “A ONU apoia as pessoas que entram ilegalmente nos Estados Unidos”, acrescentou.
Reconhecer o Estado palestiniano é uma “recompensa” para o Hamas
Passando para o conflito no Médio Oriente, Donald Trump disse que o reconhecimento unilateral do Estado da Palestina por vários países, concretizado no domingo e na segunda-feira, é uma “recompensa às ações terroristas” do movimento islamita palestiniano Hamas, incluindo os ataques de 7 de outubro de 2023, que desencadearam o conflito na Faixa de Gaza.
“Reconhecer o Estado palestiniano seria uma recompensa demasiado grande para os terroristas do Hamas”, disse, acusando o movimento islamita de estar a rejeitar “ofertas razoáveis para a paz”.
O presidente norte-americano garante estar empenhado em conseguir um cessar-fogo na região e em libertar os reféns. “Temos de conseguir acabar com a guerra”, declarou.
Em seguida, mudou de assunto para falar sobre a guerra na Ucrânia. Trump admitiu que pensou que este seria o conflito mais fácil de resolver devido à sua boa relação com o presidente russo, Vladimir Putin, mas acrescentou: “Na guerra, nunca sabemos o que vai acontecer”.
Trump instou a Europa a “intensificar os esforços” e a acabar com a compra de produtos energéticos russos.
“Têm de parar imediatamente de comprar combustível à Rússia ou vamos continuar a perder tempo”, disse, afirmando que para se conseguir um acordo para acabar com a guerra na Ucrânia, as nações europeias têm de adotar “as mesmas medidas exatas” que os EUA.
Trump também apontou o dedo à China e à Índia, acusando-os de serem “os principais financiadores” da máquina de guerra russa.
“A China e a Índia são os principais financiadores da guerra em curso porque continuam a comprar petróleo russo. Mas, inescusavelmente, nem os países da NATO reduziram suficientemente a energia russa”, declarou.
Trump encerrou o seu discurso, que durou aproximadamente uma hora, com uma mensagem sobre migração e energia renovável.
“Para encerrar, quero apenas repetir que a imigração e o alto custo da chamada energia verde renovável estão a destruir grande parte do mundo livre e grande parte do nosso planeta”, disse.
“Países que prezam a liberdade estão a desaparecer rapidamente por causa das suas políticas sobre estes dois assuntos. Vocês precisam de fronteiras fortes e fontes de energia tradicionais se quiserem ser grandes novamente”, declarou.