Uma semana depois do polémico cancelamento do talk show Jimmy Kimmel Live!, o comediante está de volta à antena da ABC, apresentando no programa de regresso um monólogo com críticas a Trump e agradecimentos pelo apoio recebido nos últimos dias. “Trump fez tudo para cancelar o meu programa, mas, em vez disso, forçou milhões de pessoas a assistir”, disparou o comediante, defendendo o direito à liberdade de expressão.
“Percebam que nunca foi a minha intenção brincar com a morte de um jovem. Acho que não há nada engraçado nisso, até coloquei uma mensagem no Instagram no dia em que morreu a enviar carinho à família dele e a pedir compaixão. Eu falei a sério e ainda falo. Não era também minha intenção culpar um grupo específico pelas acções de um indivíduo claramente perturbado”, justifica Kimmel, compreendendo que algumas pessoas não tenham entendido bem as suas palavras e tenham ficado magoadas.
“Percebo que, para alguns, o timing foi mau ou confuso, ou ambos. E para os que pensam que eu apontei um dedo, percebo por que estão chateados. Se a situação fosse ao contrário, existiria uma grande probabilidade de me sentir da mesma maneira”, rematou.
O programa de Jimmy Kimmel foi cancelado por comentários que o humorista fez sobre Charlie Kirk, influente activista ultraconservador assassinado a tiro a 10 de Setembro. No monólogo de abertura do programa que se seguiu ao ataque, Jimmy Kimmel acusou Trump e os apoiantes de se quererem distanciar do homicida, apesar de este ser claramente um apoiante das ideias conservadoras veiculadas pelo Presidente norte-americano. O humorista garante agora que não foi a sua intenção colocar culpas em qualquer grupo, defendendo que a morte de Charlie Kirk não tem qualquer piada.
Depois de felicitar o cancelamento do talk show e ameaçar outros canais que falassem mal sobre si, Donald Trump critica agora o regresso de Kimmel à televisão. Apesar da opinião do líder norte-americano, o comediante chegaria a receber o apoio de várias figuras associadas ao partido republicano durante a polémica, incluindo do senador Ted Cruz.
“Quero agradecer às pessoas que não apoiam o meu programa nem aquilo em que acredito, mas apoiam o meu direito a partilhar essas crenças de qualquer forma”, sublinhou Kimmel, enaltecendo a coragem dos que se pronunciaram publicamente contra o Presidente.
O comediante criticou ainda as afiliadas da estação televisiva ABC pela decisão de retirar o programa do ar. “Isso não é legal. Isso não é americano. É anti-americano”, acusou.