Ataque de drones a cerca de dois mil quilómetros de Kiev marca nova ofensiva contra a indústria petrolífera da Rússia
Há muito que a Ucrânia vai avisando que atingir a indústria de combustíveis fósseis da Rússia é a melhor forma de forçar Vladimir Putin a recuar na sua guerra.
O próprio Donald Trump sabe disso e já prometeu, por várias vezes, sanções à indústria petrolífera e de gás natural, avisando que só o vai fazer se os países da NATO e da União Europeia derem o primeiro passo.
E enquanto Kiev espera que esse passo seja dado, vai realizando ataques cirúrgicos ao inimigo, atingindo onde mais dói: o motor da economia de guerra que o Kremlin montou desde 2022.
Desta vez o alvo foi o complexo petroquímico de Salavat, na já longínqua região do Bascortostão, a cerca de dois mil quilómetros de Kiev, onde se transforma muito do petróleo que a Rússia extrai das suas refinarias.
Ali, já bem perto dos Montes Urais, que separam a Europa da Ásia, vários drones ucranianos provocaram um grande incêndio, que o próprio governador local confirmou através da rede social Telegram, numa operação colocada em curso pelos serviços secretos da Ucrânia.
“A central da Gazprom Neftekhim de Salavat foi sujeita a outro ataque terrorista de drone. Estamos a avaliar a extensão dos danos. Todos serviços de emergência estão no local e existem medidas de combate ao fogo em curso”, acrescentou Radiy Khabirov.
Um vídeo do local foi partilhado por Anton Gerashchenko, antigo conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, e que se mantém ativo nas redes sociais com partilhas sobre a guerra.
Russian Telegram channels report one more attack on Gazprom Neftekhim Salavat oil refinery plant in Russian Bashkortostan, about 1,500 km from Ukraine.
It is one of the key center for oil refining, chemical and fertilizer production in Russia. https://t.co/5TdIwFzdr9 pic.twitter.com/iodM2Fnt0r
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) September 24, 2025
Este é o segundo ataque do género àquela central, que é gerida pela gigante Gazprom. Faz parte de um intensificar dos ataques ucranianos às infraestruturas de combustíveis fósseis da Rússia, com refinarias e locais de exportação de petróleo ou gás natural a serem alvos primordiais.
Sem nunca assumir o peso destes ataques, a Rússia tem-se confrontado com alguns problemas nas refinarias, o que provoca escassez em alguns tipos de combustível. Além disso, os elevados custos dos empréstimos financeiros impedem as companhias privadas de armazenar o combustível.
O complexo de Salavat produz transformados como gasolina, gasóleo, querosene e outros produtos de petróleo, além de gases liquefeitos.