Entre janeiro e junho, 33,9 mil contas de jogadores foram banidas das plataformas de jogos e apostas online por iniciativa dos próprios, tendo sido ultrapassada a barreira dos 300 mil. Só no último ano, o crescimento foi de 27%, mais do dobro que o aumento do registo de jogadores no mesmo período de 2024. Os dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) relativos ao 2.° trimestre de 2025 indicam que 293,5 mil pediram a autoexclusão por tempo indeterminado e com cancelamento do registo e 32,9 mil por tempo determinado, sendo que a lei define um período mínimo de três meses. Mas o registo de autoexclusões não significa um jogador, uma vez que a mesma pessoa pode jogar em mais do que uma entidade exploradora. No total, existem 4,8 milhões de registos de jogadores.
Para Pedro Hubert, do Instituto de Apoio ao Jogador, o aumento de autoexclusões é normal porque também há mais jogadores, mas não deixam de ser expressivas. “É um número muito grande e preocupante, mas ainda bem que o mecanismo existe porque assim não jogam. São ferramentas como esta que permitem controlar o tempo de jogo, o montante e as apostas feitas”, atira. O psicólogo refere que o maior problema está no mercado ilegal, onde não existem regras e impera a “lei da selva”. Além disso, reforça que as autoexclusões não resolvem por si só os problemas associados ao jogo. “Quem quer jogar consegue sempre, ou pede um cartão cidadão ao amigo, ou vai para os sites ilegais, ou aposta no placard físico dos quiosques”, explica.
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