Pesquisa publicada na JAMA Dermatology revela que o maior impacto foi no carcinoma de células escamosas, com uma redução de risco superior a 20% em pacientes que usaram o suplemento. (Foto: Reprodução)
Uma vitamina de baixo custo e fácil acesso pode ser a nova aliada na prevenção do câncer de pele. Um estudo recente do Vanderbilt University Medical Center, nos EUA, sugere que tomar nicotinamida, um derivado da vitamina B3, reduz o risco de desenvolver a doença.
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A pesquisa, publicada na revista científica JAMA Dermatology, revelou que o uso do suplemento diminuiu o risco geral de câncer de pele em 14%. Para pessoas que já tiveram a doença uma vez, a redução do risco foi ainda mais expressiva, chegando a 54%.
Esses resultados reforçam descobertas de testes anteriores e posicionam a nicotinamida como uma ferramenta promissora e acessível na luta contra a doença, que afeta cerca de 20% das pessoas nos Estados Unidos ao longo da vida.
Como o estudo foi realizado?
Para chegar a essas conclusões, a equipe de cientistas analisou dados de saúde de 33.822 veteranos dos EUA. Desse total, 12.287 tomaram 500 mg de nicotinamida duas vezes ao dia por mais de 30 dias, enquanto os outros 21.479 não utilizaram o suplemento.
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O Dr. Lee Wheless, autor do estudo, explicou que esta nova pesquisa teve um número de pacientes 60 vezes maior que o estudo original de 2015. Isso permitiu uma análise mais detalhada, controlando diversos fatores de risco e o histórico de cada paciente.
É importante destacar que o estudo analisou a forma oral da nicotinamida (também chamada de niacinamida), que é completamente diferente da niacina, outra forma da vitamina B3, esclareceu Wheless.
Como a vitamina B3 age contra o câncer de pele?
O mecanismo por trás desse efeito protetor está ligado à capacidade da nicotinamida de melhorar o reparo do DNA e retardar o acúmulo de novos danos causados pela exposição ao sol, segundo os pesquisadores.
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O Dr. Wheless levanta a hipótese de que, quando um paciente teve apenas um ou dois cânceres de pele, isso pode indicar um dano solar geral menor. Nesse cenário, a vitamina consegue desacelerar a taxa de novos danos no DNA, o que, por sua vez, diminui o surgimento de novos cânceres.
No entanto, o mesmo não acontece com tanta eficácia em pacientes com histórico de múltiplos tumores. Nesses casos, já existe um dano extenso, e os benefícios da nicotinamida não são tão significativos, explicou o pesquisador.
Quando começar a tomar o suplemento?
A pesquisa sugere que o momento de iniciar o uso da nicotinamida faz toda a diferença. Yousuf Mohammed, pesquisador da Universidade de Queensland, que comentou o estudo, destacou que o maior impacto foi observado no carcinoma de células escamosas, com uma queda no risco de mais de 20%.
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Ele acrescentou que os resultados mais impressionantes foram em pacientes que começaram a tomar a vitamina logo após o primeiro diagnóstico de câncer de pele. Neste grupo, a redução do risco chegou a quase 50%. “Essas descobertas destacam que o tempo importa; começar mais cedo pode ser a chave para uma proteção mais forte”, afirmou Mohammed.
A nicotinamida substitui o protetor solar?
Não. Os pesquisadores são claros ao afirmar que a nicotinamida é “outra ferramenta” disponível para a prevenção, mas não substitui as práticas de proteção solar já conhecidas e recomendadas.
Portanto, é fundamental continuar com os cuidados essenciais, que incluem:
- Evitar o sol do meio-dia, quando a radiação é mais forte.
- Aplicar protetor solar regularmente em todas as áreas expostas.
- Usar roupas com proteção solar, chapéus e óculos de sol.
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Segundo Yousuf Mohammed, o grande atrativo da nicotinamida para os médicos é sua segurança e acessibilidade. “Diferente de retinoides sistêmicos ou terapias invasivas, a nicotinamida é barata, de venda livre e livre de efeitos colaterais significativos”, comentou.
Apesar de o suplemento ser vendido sem receita, é fundamental que você sempre informe seu médico e farmacêutico antes de começar a tomar nicotinamida ou qualquer novo medicamento.
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