Após a destruição e as mortes em Taiwan e nas Filipinas, o Ragasa já fez estragos em Hong Kong, onde vários distritos ficaram inundados.
A força dos ventos do tufão abanou muitos edifícios altos do centro de Hong Kong. As autoridades calculam em mais de 760 as pessoas que procuraram refúgio nos 50 abrigos temporários.
Foto: Andre Langevia – Reuters
No aeroporto de Hong Kong, o mais movimentado do mundo em carga e o nono mais movimentado quanto a tráfego internacional de passageiros, foram cancelados todos os voos durante 36 horas.
Cerca de 80 por cento das aeronaves das quatro principais companhias aéreas com sede em Hong Kong foram transferidas ou não levantaram voo, em aeroportos no Japão, China, Camboja, Europa, Austrália, por exemplo, de acordo com dados do site Flightradar24.
O observatório de Hong Kong indica que o tufão Ragasa, com ventos máximos de cerca de 195 quilómetros por hora, passou a cerca de 100 quilómetros ao sul do centro financeiro. Pelo menos 62 feridos foram assistidos em hospitais.
Pelas 8h00 em Lisboa, o Ragasa estava a cerca de 110 quilómetros a sudoeste de Macau e a afastar-se do território, com ventos máximos de 190 quilómetros por hora no centro do tufão.
Foto: Go Nakamura – Reuters
Devido a inundações na península macaense, a Companhia de Eletricidade de Macau (CEM) cortou a energia em várias zonas. Isto para “garantir a segurança pública e proteger as instalações de fornecimento de energia”.
O receio de inundações levou o Governo do território a apelar aos habitantes das zonas mais baixas da península para saírem e dirigirem-se aos centros de acolhimento de emergência onde estão cerca de 700 pessoas.
Entretanto, em Taiwan, os bombeiros atualizaram esta quarta-feira de manhã o número de mortos – passou para 15 – e corrigiu o número de desaparecidos. Em vez de 152 afinal são 17 as pessoas que desapareceram devido à rutura de uma barragem natural formada num rio.
A agência France-Presse (AFP) conversou com moradores que testemunharam a rutura, após um deslizamento de terra em Taiwan.
“Foi como uma erupção vulcânica… A água barrenta invadiu o primeiro andar da minha casa”, descreveu um morador à AFP.
Foto: Ann Wang – Reuters
“Em poucos minutos, a água subiu até à metade do primeiro andar” de outra habitação. Agora está a tentar retirar lama de casa, mas “tem demasiada altura para ser removida”, conta outro morador também à AFP.
O tufão Ragasa também causou duas mortes no norte das Filipinas.
O Centro Meteorológico Nacional da China já tinha classificado o Ragasa como a pior tempestade registada no mundo em 2025, comparável ao Mangkhut (2018) e ao Hato (2017).