Desde 1997, seis anos após a morte de Freddie Mercury, John Deacon leva uma vida reclusa, sem trabalhos musicais ou mesmo aparições públicas. Quase três décadas depois, contudo, o baixista do Queen voltou a participar diretamente de uma ação ligada à banda.

Segundo o NME, os membros remanescentes do Queen, incluindo Deacon, assinaram uma cópia do álbum “A Night at the Opera” (1975), disco que contém seu maior clássico, “Bohemian Rhapsody”. O disco autografado será leiloado no evento anual Freddie Mercury Birthday Party, que acontece no dia 6 de setembro, em Montreux, na Suíça.

– Advertisement –

A festa para Freddie será no Casino Barrière Montreux, onde antigamente ficava localizado o Mountasin Studio, muito usado pelo Queen. As assinaturas, segundo a organização, foram colhidas nas últimas duas semanas.

O dinheiro arrecadado vai para a Mercury Phoenix Trust, fundo filantrópico que homenageia o vocalista falecido e colabora com pesquisas relacionadas ao HIV/Aids.

A vida de John Deacon pós-Queen

Após a morte de Freddie Mercury, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor continuaram na ativa. Ambos seguiram fazendo shows com vocalistas convidados — primeiro Paul Rodgers, depois Adam Lambert —, entre outros projetos. John Deacon, que já era discreto no auge do Queen, desapareceu da vida pública.

Ao jornal The Guardian, em 2023, May explicou parte das razões que levaram o baixista a tomar a decisão de viver no anonimato. O guitarrista contou:

“Tudo que posso dizer é que, historicamente, John era bem sensível ao estresse. Todos achamos bem difícil perder Freddie, mas acho que John em particular sofreu. Nós fizemos algumas coisas juntos, em 1996: a gravação de ‘No One But You’ – a canção que escrevi sobre Freddie quando estávamos erguendo a estátua para comemorá-lo em Montreux, na Suíça – e um show em Paris. Era a abertura da temporada de balé com um trabalho novo de Maurice Béjart, sobre Mozart e Queen. Nós tocamos com John no baixo e Elton John cantou conosco. Naquele momento, John só olhou pra gente e disse: ‘eu não consigo mais fazer isso’.”

Segundo Brian, a expectativa dele e de Taylor era de que Deacon voltasse em algum momento — algo que nunca aconteceu. No entanto, o baixista permanece ligado às decisões de negócios do Queen, embora se comunique pouco, até mesmo com seus antigos colegas:

“Sabíamos que ele precisava ao menos de um tempo longe, mas acabou que ele nunca voltou. Não acho que posso entrar em muitos detalhes – precisamos respeitar o fato que John precisa de sua privacidade agora –, mas ele ainda é parte do maquinário da banda. Se fazemos qualquer decisão importante, em termos de negócios, sempre consultamos John. Não significa que ele fale conosco – ele geralmente não fala –, mas ele se comunica de alguma maneira. Ele ainda é muito parte do Queen.”

Pouco se sabe sobre John Deacon desde sua saída dos holofotes. Em entrevista de 2014 à Rolling Stone, Taylor ecoou a fala de May sobre a participação do baixista em decisões financeiras relacionadas ao Queen. Porém, descartou um retorno dele aos palcos, descrevendo seu estado físico na época como um tanto frágil:

“Ele está um pouco frágil e simplesmente não quer falar com pessoas do ramo musical ou nada do tipo. Nós respeitamos isso. De qualquer maneira, ele ainda olha as finanças. Não fazemos nada financeiro sem falar com ele.”

Sobre o músico

Nascido em Leicester, Inglaterra, John Richard Deacon começou como guitarrista e depois baixista do The Opposition – posteriormente The Art. Chegou a gravar um compacto com três músicas. Em 1971 entrou para o Queen.

Também gravou com o supergrupo Man Friday & Jive Junior (com membros do Thin Lizzy, Bad Company e The Pretenders), The Immortals, Elton John e Errol Brown. Tem formação em eletrônica, tendo inclusive ajudado a criar alguns equipamentos que usou nos palcos durante a carreira.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.