Quase 10% dos jovens europeus gastam 40% ou mais do seu rendimento mensal para pagar a renda, sendo a Grécia e a Dinamarca os países onde os jovens estão mais sobrecarregados (30,3% e 28,9%, respectivamente).
Os dados referem-se a 2024 e são do Eurostat, que aponta também que, em 16 países da União Europeia, a percentagem de jovens entre os 15 e os 29 anos que gastam quase metade do seu rendimento na renda é superior à da restante população — que se fixa nos 8,2% a nível europeu.
Portugal encontra-se na 11.ª posição, com 8,4% das pessoas entre os 15 e os 29 anos a referirem gastar 40% ou mais do rendimento disponível para pagar casa.
“Em alguns países onde os jovens tendem a sair de casa mais cedo, como a Dinamarca, Países Baixos, Suécia, Alemanha e Finlândia, a sobrecarga é maior”, refere o Eurostat. Na Dinamarca, a idade média de emancipação fixa-se nos 21,7 — em Portugal é 28,9.
Pelo contrário, em países onde os jovens se mudam mais tarde, como o Chipre, Croácia ou Itália, são reportados níveis mais baixos de sobrecarga: 2,8%, 2,1% e 4,3%, respectivamente.
Na Grécia, apesar da idade tardia de saída de casa dos pais (30,7 anos), é reportado um alto nível de sobrecarga, com 30,3% a dizer que precisa de 40% ou mais do rendimento para pagar casa.
Casas lotadas
Dos jovens europeus, 26,5% vivem em casas sobrelotadas, um número que subiu ligeiramente (em 2023 fixava-se nos 23%). São mais dez pontos percentuais em relação ao resto da população (16,9%).
A Roménia é onde os jovens vivem mais “apertados”: a taxa de sobrelotação é de 58,3%. Também na Letónia, Itália, Eslováquia, Polónia, Croácia e Grécia mais de metade dos jovens vivem em casas sobrelotadas.
“Em termos relativos, a diferença entre a taxa de sobrelotação dos jovens e da população geral é maior na Dinamarca, Países Baixos e Finlândia, onde os jovens têm o dobro das probabilidades de viver numa habitação sobrelotada”, reporta o Eurostat.
Em Portugal, 18,7% dos jovens vivem nestas condições — um decréscimo em relação a 2023, quando o valor se fixava nos 22,1%, mas ainda assim superior ao da restante população, que é de 11,2%.
O Eurostat considera que uma casa está sobrelotada se o número de divisões disponíveis for inferior ao número de divisões necessárias. As necessidades são calculadas da seguinte forma: pelo menos uma divisão para o agregado familiar; uma divisão por casal; uma divisão por adulto solteiro com mais de 18 anos e que não pertença ao casal; uma divisão por cada par de pessoas solteiras do mesmo sexo entre os 12 e os 17 anos; uma divisão por pessoa solteira entre os 12 e 17 anos que não se enquadre na regra anterior; uma divisão por cada par de crianças com menos de 12 anos.