O ministro dinamarquês da Defesa, Troels Lund Poulsen, revelou que o país espera “ver mais eventos híbridos nos próximos tempos” e “não tem dúvidas” de que se tratou de um incidente feito “por um profissional” e frisou que o executivo “decidiu não abater os drones.

No entanto, Troels Lund Poulsen garante que “não há uma ameaça militar direta contra a Dinamarca”, apesar de também terem existido “eventos semelhantes em instalações militares”.

“Estamos agora a lidar com drones que estão potencialmente a ser lançados na nossa área imediata. Estes drones não estão a chegar de longe, mas sim localmente”, acrescentou o ministro da Defesa, embora tenha reconhecido que “uma solução que elimine a ameaça de todos os drones não pode ser apresentada agora”.

Copenhaga está em contacto com a União Europeia e com NATO e admite ativar o artigo 4.º da Aliança Atlântica. O artigo 4.º estabelece que os membros da
Organização do Tratado do Atlântico Norte consultar-se-ão entre si
sempre que, na opinião de qualquer um deles, a integridade territorial, a
independência política ou a segurança de algum deles estiver ameaçada.

Entretanto, o ministro da Justiça dinamarquês, Peter Hummelgaard, observou que “os ataques dos últimos dias fazem parte de uma série de acontecimentos muito preocupantes na Europa“.

“Contam uma história muito preocupante sobre os tempos em que vivemos”, observou Hummelgaard, antes de afirmar que o objetivo é “provocar o medo” e que “a ameaça dos ataques híbridos veio para ficar”.

“Novas capacidades devem ser desenvolvidas para detetar e neutralizar os drones. Precisamos de ser melhores do que somos hoje”, defendeu o ministro da Justiça durante a conferência de imprensa, segundo o jornal dinamarquês Berlingske.

Segundo o titular da pasta da Justiça, o Governo vai “propor legislação que permitirá aos proprietários de infraestruturas abaterem os drones” e que “o objetivo dos ataques híbridos é espalhar o medo”.

Peter Hummelgaard revelou ainda que o Executivo vai adquirir equipamentos “para detetar e neutralizar drones.Situação repete-se



Este é o segundo avistamento de drones sobre aeroportos dinamarqueses desde a noite de 22 para 23 de setembro, quando também foram avistados drones na Noruega. Os aeroportos de Kastrup (Copenhaga) e Gardermoen (Oslo) permaneceram encerrados durante várias horas. 

O aeroporto de Billund, o segundo maior da Dinamarca, esteve encerrado durante uma hora, e o de Aalborg, utilizado para voos comerciais e militares, esteve encerrado durante três horas devido a incursões de drones na noite de quarta-feira, revelou a polícia dinamarquesa.

Foram também observados drones perto dos aeroportos de Esbjerg e Sonderborg, bem como da base aérea de Skrydstrup, onde se encontram alguns dos caças F-16 e F-35 da Dinamarca. Os cinco estão localizados na península da Jutlândia, no oeste da Dinamarca.

A Polícia da Jutlândia do Sul e Sudoeste explicou que na noite de quarta-feira recebeu vários relatos de atividade de drones nos aeroportos de Esbjerg, Sønderborg e Skrydstrup, que não chegaram a encerrar, e também foram observados drones a sobrevoar a parte norte de Esbjerg.Os drones voavam com luzes verdes e foram observados a partir do solo, mas ainda não é claro quais eram os tipo dos drones.

A polícia nacional dinamarquesa disse que os drones seguiram um padrão semelhante ao dos que interromperam voos no aeroporto de Copenhaga na noite de segunda-feira e no início de terça-feira.

A polícia descreveu este como o “ataque” mais grave até à data contra a sua infraestrutura crítica e ligou-o a uma série de alegadas incursões de drones russos e outras perturbações em toda a Europa, sem apresentar provas.

Estes incidentes ocorrem uma semana depois de a Dinamarca ter anunciado a aquisição, pela primeira vez, de armas de precisão de longo alcance para atingir alvos distantes, considerando que a Rússia representaria uma ameaça “durante muitos anos”.

O embaixador russo na Dinamarca, Vladimir Barbin, negou qualquer envolvimento do seu país no incidente de Copenhaga.