Uma equipa de bombeiros alemães descobriu que substituir os seus antigos camiões a gasóleo por versões elétricas trouxe apenas benefícios. Agora já não querem voltar atrás!

Imagem camião dos bombeiros elétrico

Do ceticismo à confiança

Não podemos confiar em experiências numa emergência.

Esta era, sem dúvida, a frase mais repetida no quartel de bombeiros do campus de Garching da Universidade Técnica de Munique (TUM), quando se colocou a hipótese de trocar os camiões a gasóleo por modelos elétricos. Pelo menos, é o que assegura a própria Universidade.

O receio era generalizado, sobretudo pela delicadeza do assunto: abdicar da fiabilidade de camiões a gasóleo por uma tecnologia que muitos ainda desconheciam. As principais dúvidas recaíam sobre os tempos de carregamento, a fiabilidade dos veículos e até a segurança nas operações.

Hoje, todas essas preocupações parecem ter desaparecido. E, para as que não, existe uma rede de segurança preparada.

Autonomia não é problema

Um ano depois, todos estão satisfeitos com a mudança. O quartel utiliza agora camiões com bateria de 66 kWh, motores que geram 490 cv e um “truque” extra: um extensor de autonomia acionado por um motor de seis cilindros em linha a gasóleo, com mais 301 cv.

Em termos técnicos, o camião dispõe de um tanque de água de 2.000 litros, 125 litros de espuma ignífuga e capacidade de vadeo de meio metro, sem diferenças relevantes face a um modelo tradicional a gasóleo.

Na prática, trata-se de um elétrico de autonomia estendida, em que o motor de combustão funciona apenas como gerador de emergência.

Esta solução é comum na China e já usada em automóveis de marcas como Hyundai ou Mazda. Para um camião de bombeiros, a vantagem não está tanto na autonomia em quilómetros, mas na possibilidade de garantir várias intervenções consecutivas sem necessidade de carregamento.

Segundo os dados, só em 3% das operações foi necessário ligar o motor a gasóleo para alimentar a bomba de água. Mesmo assim, só após meia hora de uso contínuo é que a bateria se esgota e se recorre ao motor térmico. “Em mais de 97% das operações não é necessário”, sublinham.

Mais segurança e melhor comunicação

Com esse obstáculo ultrapassado, os bombeiros dizem estar encantados com o novo veículo. A ausência de ruído do motor permitiu melhorar significativamente a comunicação entre colegas, seja diretamente, seja através da rádio.

Podemos comunicar-nos muito melhor entre nós, o que é ótimo. Também conseguimos entender a rádio e os colegas sem problema, evitando perguntas repetidas. É um grande ganho em segurança e conforto.

Referiu a corporação de bombeiros.

Exemplo a seguir

Para o corpo de bombeiros, a experiência prova que a mobilidade elétrica é viável para o setor.

Espero que muitos mais departamentos sigam o nosso exemplo. Já recebemos regularmente pedidos de informação sobre a nossa experiência.

Concluem.