Provavelmente nunca pensou viver num icebergue — até porque a grande massa de gelo pode derreter e destruir qualquer estrutura que tente erguer, além do frio que iria passar (mais vale apostar em experiências temporárias como hotéis de gelo). Ainda assim, se é fascinado por estas estruturas, e como na arte tudo é possível, poderá viver num complexo residencial que se inspirou nas formas singulares destes blocos gigantes.
O Icebergue situa-se na orla da Baía de Aarhus, na Dinamarca. As obras arrancaram em 2010 e terminaram três anos mais tarde. No mesmo ano, conquistou o prémio de “Melhor Empreendimento Residencial” da MIPIM Award, que distingue os projetos mais visionários e sustentáveis.
O complexo, de 25 mil metros quadrados, é composto por quatro edifícios, todos com 10 andares. Tem 208 apartamentos, com áreas que vão dos 55 aos 200 metros quadrados.
Apesar de os icebergues terem inspirado a arquitetura do empreendimento a nível estético, há também um motivo mais prático: o formato dos edifícios permite que todas as residências recebam o máximo de luz natural possível e a maioria tem vista para o mar — nem que seja uma pequena linha.
“Com o Icebergue, obtemos qualidades habitacionais únicas, bem como uma expressão arquitetónica urbana da mais alta qualidade”, afirmou Kent Martinussen, diretor administrativo do Centro Dinamarquês de Arquitetura (DAC).
O complexo contou com um investimento de 32,6 milhões de euros. O projeto foi desenvolvido por quatro gabinetes de arquitetura internacionais: JDS, CEBRA, SeARCH (dos Países Baixos) e o arquiteto francês Louis Paillard.
O interior.
Um terço das unidades (ou seja, cerca de 70) foram atribuídas a arrendamento acessível, em parceria com o governo dinamarquês. O objetivo da medida era possibilitar que pessoas “com diferentes rendimentos pudessem viver nos edifícios.”
Além das formas triangulares dos icebergues do Atlântico Norte, os edifícios foram também decorados com as cores dos blocos de gelo — o exterior tem como revestimento principal o terrazzo branco com varandas feitas de vidro azul.
Para a criação do projeto, os gabinetes inspiraram-se em outros empreendimentos inovadores do país — como o complexo Bølgen em Vejle (construído para recriar uma onda), e o VM Bjerget, em Copenhaga, que recria a forma de uma montanha.
Alguns dos apartamentos do Icebergue estão também disponíveis para estadias. É o caso de um T3, com cerca de 115 metros quadrados e capacidade para até seis pessoas, disponível na plataforma Airbnb. As reservas diárias começam nos 288€.
Como lá chegar
Para visitar o complexo, o aeroporto mais próximo é o de Aarhus. A partir de Lisboa, encontra voos diretos de ida e volta desde 251€. Quando lá chegar, pode apanhar o shuttle do aeroporto até ao centro da cidade. Ali, o mais rápido é apanhar um táxi e chegará ao complexo em cerca de 15 minutos.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias do Projeto Icebergue.