Nos últimos anos, nomes como Ozempic ou Mounjaro (semaglutido e tirzepatido) tornaram-se sinónimos de emagrecimento rápido, criando verdadeiras ondas de procura em farmácias e clínicas. Mas um novo estudo da Universidade de Nova Iorque (NYU) vem lançar uma luz sobre uma questão fundamental: será que estes fármacos são mesmo a forma mais eficaz de perder peso?
A resposta, segundo os investigadores, é clara: não.
A equipa da NYU analisou registos clínicos de milhares de doentes, comparando quem seguia tratamentos com os medicamentos GLP-1 (como o Ozempic e o Mounjaro) com quem tinha sido submetido a cirurgias bariátricas, nomeadamente sleeve gastrectomy ou bypass gástrico. Os grupos foram cuidadosamente separados em termos de idade, índice de massa corporal e níveis de açúcar no sangue, para garantir uma comparação justa.
Os resultados do estudo? Dois anos após o início do tratamento, os pacientes operados tinham perdido, em média, 25,7% do seu peso corporal total, enquanto os que seguiam medicação registavam uma redução de apenas 5,3%.
Parte desta diferença deve-se ao abandono da medicação: estima-se que até 70% dos pacientes deixem de tomar os GLP-1 ao fim de um ano. Já a cirurgia, sendo uma intervenção permanente, obriga a uma mudança mais estrutural. Mesmo em períodos mais curtos de análise, a vantagem manteve-se: as operações bariátricas proporcionaram sempre melhores resultados.
Apesar disso, vale a pena notar que tanto a cirurgia, como os GLP-1, oferecem benefícios que vão além da balança. O Ozempic, por exemplo, foi inicialmente aprovado para tratar a diabetes tipo 2, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue e reduzindo riscos de doenças cardiovasculares. No entanto, neste estudo, a cirurgia mostrou resultados ainda mais sólidos no controlo glicémico.
Claro que nenhum destes métodos é uma solução mágica. As operações são invasivas, irreversíveis e exigem uma disciplina rigorosa no estilo de vida. Os medicamentos, por sua vez, só funcionam se forem mantidos com regularidade e, mesmo assim, não atingem os níveis de eficácia da cirurgia.
Seja a toma dos medicamentos GLP-1 (como o Ozempic e o Mounjaro), ou as cirurgias bariátricas, qualquer uma das opções carece da opinião de um especialista.