“Não foi com o Rui Costa que o Benfica deixou de ganhar”

Alargando o quadro do desempenho da equipa aos quatro anos do seu mandato, nos quais só foi conquistado um título nacional, o presidente das águias lembrou que “o Benfica vinha de três anos em que só tinha ganhado uma Supertaça, não foi com o Rui Costa que deixou de ganhar”. Porém, assumiu a responsabilidade: “A responsabilidade é sempre minha, é sempre do presidente do Benfica. Não há poções mágicas, há muito trabalho a fazer”

“Nunca deixámos de ser competitivos. No ano passado estivemos nas decisões todas até ao fim e no meu mandato fizemos se calhar o melhor ciclo europeu de sempre”, prosseguiu, referindo-se ao atual plantel como “equilibrado”. “O próprio Bruno Lage disse que tinha construído o plantel com a estrutura e estava satisfeito”, aditou.

“Um dos perfis que procurámos este ano foi ter um meio-campo mais compacto e musculado. Estamos a falar de um internacional colombiano e outro que vai ser chamado agora à seleção argentina. Procuramos escolher um jogador universal que dê para campeonato e Liga dos Campeões”, explanou.

Rui Costa falou ainda sobre a não contratação de João Félix, explicando que “é impossível concorrer com clubes árabes”, e a transferência de João Neves para o Paris Saint-Germain há um ano: “O Benfica necessita todos os anos de fazer vendas. Todos os clubes portugueses precisam. Quem disser o contrário é falso. O Benfica fez tudo para ficar com o João Neves até ser incomportável. Já vai em 66 milhões de euros e estou convencido que vai chegar aos 70.”

“Excelente” chefe de gabinete “não é um presidente sombra”

Rui Costa garantiu ser um “presidente líder”, e não “um dono”, e rejeitou a ideia de que é o seu chefe de gabinete, Nuno Costa, quem dita leis no Benfica. “O meu chefe de gabinete faz um trabalho excelente enquanto chefe de gabinete do Benfica. Não é um presidente sombra. Na administração do Benfica, o único que se mantém do passado sou eu”, vincou, explicando que as demissões nos órgãos sociais foram por motivos diferentes: “As demissões que houve no Benfica não foram pelas mesmas razões. Noronha Lopes, quando esteve no Benfica, esteve 58 dias.”

O antigo internacional português referiu-se ainda ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, explicando que o “Benfica não apoiou a pessoa Pedro Proença, mas sim o projeto de Pedro Proença”, que considerava ter “o melhor projeto para o futebol português, entre as várias candidaturas”.

Acerca dos direitos televisivos, diz tratar-se de “uma questão relevante para o país inteiro e para o mundo do futebol”. “Consideramos que uma melhoria dos direitos televisivos seria benéfica para toda a gente, mas as promessas iniciais de que todos os clubes iriam lucrar estão longe da verdade. Já temos duas propostas e o Benfica não vai abdicar em nada daquilo que são os seus direitos, até porque consideramos que sozinhos conseguimos mais do que no seu conjunto”, concluiu.

As eleições dos órgãos sociais do Benfica para o quadriénio 2025-2029 estão marcadas para 25 de outubro, sendo já conhecidos sete candidatos, que terão de oficializar as respetivas listas até 10 de outubro.

Rui Costa, atual presidente, Luís Filipe Vieira, que presidiu o clube entre outubro de 2003 e junho de 2021, João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas, Cristóvão Carvalho, Martim Mayer e Paulo Parreira são os candidatos à liderança do clube lisboeta.

No escrutínio de há quatro anos, Rui Costa foi eleito presidente do Benfica com 84,48% dos votos, contra os 12,24% de Francisco Benítez, no ato eleitoral mais concorrido da história do clube benfiquista, com 40.085 votantes.