A agência, em comunicado emitido pelo seu diretor-geral, Rafael Grossi, afirmou que a sua equipa de inspetores no local foi informada de que 22 drones foram observados na zona de monitorização da central na noite de quarta-feira e no início da quinta-feira. Alguns drones voaram até 500 metros de distância.Por seu lado, o governador da região de Kursk, no oeste da Rússia, informou que um drone ucraniano tentou atacar a central nuclear de Kursk-2, que está em construção na cidade de Kurchatov.

Grossi acrescentou que os inspetores ouviram tiros e explosões durante a madrugada e, posteriormente, visitaram o local, perto da cidade de Pivdennoukrainsk, na região de Mykolaiv, onde o drone aterrou e avistaram uma cratera com cerca de quatro metros quadrados.

As estruturas metálicas próximas foram atingidas por estilhaços e os vidros dos veículos junto à área de impacto foram estilhaçados“, escreveu Grossi. Uma linha de energia também caiu, embora não estivesse ligada à central.

“Mais uma vez, os drones estão a voar demasiado perto das centrais nucleares, colocando a segurança nuclear em risco. Felizmente, o incidente da noite passada não resultou em danos na própria central nuclear do Sul da Ucrânia. Da próxima vez, podemos não ter tanta sorte”, acrescentou. A Ucrânia possui quatro centrais nucleares e
reportou incidentes ocasionais relacionados com a guerra de três anos e
meio nas suas centrais na Ucrânia do Sul, Rivne e Khmelnitskyi.



Não houve registo de vítimas, acrescentou a AIEA.

Grossi participou num fórum sobre energia nuclear em Moscovo e, na rede social X, descreveu o seu encontro com o líder do Kremlin, Vladimir Putin, como “oportuno e importante”.

O encontro foi dedicado à “energia nuclear, à não proliferação e aos desafios de segurança e proteção nuclear”, acrescentou.
Central nuclear de Zaporizhia esteve sem energia
Na central de Zaporizhia, tomada pelas tropas russas nas primeiras semanas da guerra, a Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de ataques que comprometem a segurança nuclear.

O último comunicado da AIEA sobre as centrais nucleares ucranianas afirmou que a central de Zaporizhia, controlada pela Rússia, ficou sem energia durante mais de 48 horas após a queda das linhas de energia externas que abasteciam a central pela 10ª vez no conflito.

As linhas fornecem eletricidade vital para arrefecer o combustível dos reatores e evitar um colapso. Os geradores a diesel de emergência estavam em funcionamento.