Os alarmes estão a soar para o aumento da contrafação no setor da joalharia de marca. De acordo com dados revelados pela Catawiki, 2024 registou um crescimento significativo na deteção de peças falsas, com Portugal a destacar-se com um aumento de 50% nos artigos rejeitados por suspeitas de falta de autenticidade.

Pulseiras Cartier, anéis da Tiffany, criações da Bulgari ou colares da Van Cleef & Arpels: nenhum dos grandes nomes da joalharia de luxo escapa à mira dos falsificadores, cujos métodos se tornaram cada vez mais sofisticados. Diamantes cultivados em laboratório, certificados gerados por Inteligência Artificial (IA), impressão 3D de precisão e embalagens quase idênticas às originais são agora a nova norma.

“A contrafação de jóias de marca mudou completamente”, diz Francesca Floramo, especialista em joalharia da Catawiki. “O que antes eram imitações desajeitadas são agora falsificações de precisão, criadas com impressão 3D, ferramentas de IA e materiais de alta qualidade. E é isso que as torna perigosas. As peças de joalharia são portadoras de um significado profundo. Marcam momentos, celebram entes queridos, expressam amor. Quando se revela que são falsas, os danos não são apenas financeiros, mas também emocionais.”

Entre as práticas mais comuns de falsificação estão a manipulação de marcas registadas e da tipografia, com erros subtis em gravações e logótipos; a qualidade deficiente na cravação das pedras, com garras irregulares ou pedras mal alinhadas; embalagens que imitam quase na perfeição as originais; e ainda a textura e o acabamento das peças, muitas vezes desprovidos do brilho e detalhe característicos das autênticas.