“Aplicaremos uma taxa de 100 por cento sobre todos os produtos farmacêuticos de marca ou genéricos, a menos que uma empresa CONSTRUA a sua fábrica farmacêutica na América”, anunciou o presidente dos EUA na sua rede Truth Social.
A Federação Europeia das Indústrias Farmacêuticas (Efpia) considerou que a implementação de novas tarifas sobre medicamentos “criaria a pior das situações”. Além disso, advertiu que os impostos “aumentam os custos, perturbam as cadeias de abastecimentos e impedem que os pacientes obtenham tratamentos vitais”. Um acordo entre a UE e os EUA, celebrado no final de
agosto, fixou um teto máximo de 15 por cento para as tarifas sobre o
setor farmacêutico.
A Comissão Europeia garantiu esta sexta-feira que o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, celebrado este verão por Ursula von der Leyen e Donald Trump, protege os medicamentos europeus de qualquer nova sobretaxa. E confirma, que a UE é “o único parceiro comercial a ter alcançado tal resultado com os EUA”.
“Este nível máximo de direitos aduaneiros constitui a garantia de que não serão aplicados quaisquer direitos adicionais”, afirmou Olof Gill, porta-voz da Comissão responsável pelas questões comerciais.
Ao contrário do setor farmacêutico suíço que tinha, até agora, escapado às tarifas de 39 por cento impostas pela administração Trump à Suíça. Mas face ao novo anúncio de Trump, o ministério suíço da Economia afirmou esta sexta-feira, em comunicado, que está a analisar o potencial impacto das novas tarifas anunciadas.
Tarifas de 25% sobre os móveis e camiões
Numa outra publicação, Trump anunciou também na quinta-feira taxas de 25 por cento sobre “todos os camiões pesados fabricados noutras regiões do mundo”. Uma medida que, segundo ele, deve apoiar os fabricantes americanos de camiões pesados, como “Peterbilt, Kenworth, Freightliner ou Mack Trucks”.
Segundo o presidente norte-americano, a imposição destes direitos aduaneiros sobre as importações de veículos pesados estrangeiros é motivada por “muitas razões, mas principalmente por motivos de segurança nacional”.
Face ao anúncio de Washington as ações das empresas europeias que competem com essas fabricantes no mercado americano, nomeadamente a sueca Volvo e alemã Daimler, caíram a pique no fecho das bolsas europeia na quinta-feira à noite.
O presidente também quer impor direitos aduaneiros sobre vários tipo de mobiliário: “Vamos aplicar uma taxa de 50% sobre todos os móveis de cozinha, lavatórios de casa de banho e produtos associados”, a partir de 1 de outubro, e “uma taxa de 30% sobre móveis estofados”, declarou.
As importações de móveis do estrangeiro, principalmente da Ásia, representavam 60 por cento de todos os móveis vendidos nos EUA em 2022, incluindo 86 por cento de todos os móveis de madeira e 42 por cento de todos os móveis estofados, de acordo com a Comissão de Comércio Internacional dos EUA.
A ofensiva tarifária de Donald Trump, como parte da sua política protecionista para relançar a indústria transformadora norte-americana, reaviva os receios de inflação nos Estados Unidos.
c/ agências