“Acho que podemos aprender muito com os europeus”, afirma o diretor-executivo da Mitsubishi, Takao Kato. Descubra o que está em causa.

Se em tempos a Mitsubishi chegou a considerar o abandono do mercado europeu, atualmente, já não é bem assim. O diretor-executivo da marca nipónica, Takao Kato, afirma que a Mitsubishi pretende manter-se na Europa e que isso faz parte do seu plano de transição para automóveis 100% elétricos.

“O mercado europeu lidera o caminho”, disse Kato ao Automotive News Europe. “Em termos de descarbonização, a Europa é uma região avançada. Vendemos automóveis aqui há quase 50 anos, conhecemos muito bem este mercado. É a região mais avançada do mundo no design e na tecnologia, mas também a mais exigente em termos de desempenho e regulamentação”.

Em 2020, o futuro da Mitsubishi na Europa parecia incerto. A reestruturação da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi levantava dúvidas sobre a permanência deste construtor no Velho Continente. No entanto, cinco anos depois, a presença da Mitsubishi está mais sólida que nunca.

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O «primeiro» Mitsubishi elétrico

Passaram apenas uns dias desde que a Mitsubishi revelou o novo Eclipse Cross, que é considerado o seu primeiro elétrico «a sério» na Europa. O primeiro de todos, na realidade, foi o i-Miev, um citadino lançado em 2009, desenvolvido em conjunto com o Grupo PSA.

O novo Eclipse Cross é um dos produtos desenvolvidos em parceria com a Renault, fruto da Aliança, e vai começar a ser produzido na fábrica de Douai, em França, a partir do último trimestre deste ano.

A Mitsubishi cancelou planos de desenvolver dois elétricos a nível interno para se concentrar em híbridos e híbridos plug-in, onde detém uma vantagem competitiva, disse o responsável. Contudo, a ideia de ter uma gama própria de veículos 100% elétricos não está colocada de parte.

Mitsubishi Eclipse Cross EV - 3/4 de frente em andamento© Mitsubishi A nova geração do Mitsubishi Eclipse Cross deverá chegar ao mercado já no próximo ano.

O construtor nipónico pretende assim regressar aos elétricos aproveitando o know-how adquirido com a venda de modelos produzidos pela Renault. “Atualmente, os elétricos estão a ter algumas dificuldades a nível global, mas, eventualmente, vão ter uma quota muito superior à que têm atualmente”, concluiu o executivo.

“Vamos preparar-nos para o momento certo, mantendo as operações na Europa. Acho que podemos aprender muito”, explica Kato.

O executivo reforçou ainda que a Mitsubishi aguarda por melhorias tecnológicas e de infraestrutura antes de lançar o seu próprio elétrico a nível global: “Precisamos de mais evolução tecnológica para as baterias, talvez baterias de estado sólido ou alguma outra solução”.

Percurso europeu desafiante

Apesar de tudo isto, o percurso da Mitsubishi no mercado europeu não tem sido fácil. Nos primeiros oito meses de 2025, o construtor japonês registou uma quebra de 42,2% nas vendas na Europa, limitando-se ao registo de 33 378 unidades, de acordo com dados da ACEA.

Ainda assim, a marca não desiste do Velho Continente. A médio prazo, o objetivo passa por alcançar uma fasquia de vendas entre 75 mil e 80 mil veículos por ano. Mesmo com uma previsão de valores para o exercício fiscal que termina em março de 2026 abaixo das 50 mil unidades.

O contraste com o Sudeste Asiático é evidente: esta é a região que continuará a ser o principal mercado da Mitsubishi, com 285 mil unidades previstas até ao final do mesmo período.

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