A RTP realiza um ciclo de debates nas capitais de distrito. O debate de Portalegre acontece este sábado.
Portalegre é uma autarquia que desde 2001 tem escapado ao domínio socialista, depois de Amílcar Santos ter cumprido apenas um mandato. Os eleitores deste concelho do Alto Alentejo têm pela frente o desafio de escolher entre cinco candidaturas a liderança do município nas próximas eleições autárquicas.
Candidatos à Presidência da Câmara
Fermelinda Carvalho – PSD / CDS
Fermelinda Carvalho recandidata-se à autarquia de Portalegre pela coligação PSD/CDS-PP. Natural da cidade, a candidata é formada em Engenharia de Produção Animal, tendo lecionado e iniciado, em 1991, atividade como empresária agrícola. É atualmente a autarca deste município e voltou a entrar na corrida eleitoral pelo compromisso que assumiu com a população há quatro anos: Fermelinda, de 54 anos, quer acabar todos os projetos.
A cumprir o primeiro mandato como autarca de Portalegre, exerce ainda funções de presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), foi também presidente do Conselho Consultivo das Mulheres Agricultoras de Portugal. Esta recandidatura tem como objetivo a criação de habitação acessível como uma das principais prioridades, que inclui ainda a expansão da zona industrial, a melhoria das acessibilidades e o apoio a jovens empresários.
Francisco Silva – PS
O candidato do Partido Socialista para estas eleições autárquicas é Francisco Silva, de 67 anos. Atual presidente da Comissão Política da Concelhia do PS de Portalegre, Francisco Silva exerceu funções como presidente da União de Freguesias da Sé e São Lourenço entre 2017 e 2021 e tem como um dos objetivos desta candidatura a criação de uma associação comercial que represente os setores do comércio, da indústria e dos serviços no concelho.
A Habitação, a regeneração urbana, a mobilidade e a Economia, são alguns dos setores que Francisco Silva quer dinamizar. O candidato pretende ainda construir um pavilhão multiusos e criar o Museu Nacional da Cortiça, apostando também na Cultura e no Desporto da cidade.
Diogo Júlio Serra – CDU
Pela CDU concorre Diogo Júlio Serra, de 71 anos à autarquia de Portalegre. O ex-dirigente sindical e gestor de projetos sociais quer inverter a perda de população e de importância da região. O candidato natural de Arronches e habitante há décadas em Portalegre é gestor de projetos e consultor cultural e turístico.
Apostar numa espécie de “indústria da cultura” é um dos principais objetivos do candidato, licenciado em Animação Educativa e Sociocultural, contribuindo para o desenvolvimento do concelho. Diogo Júlio Serra tem currículo na escrita também, sendo o livro “Arronches com Vida! — Memórias e Afetos” da sua autoria. Foi membro da comissão executiva da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (suplente) e do Comité de Acompanhamento do Alentejo 2020 e do executivo do Conselho da Região Alentejo.
João Lopes Aleixo – Chega
O Chega escolheu o deputado João Lopes Aleixo, de 53 anos, para concorrer pelo partido à liderança da Câmara Municipal de Portalegre. O gestor de profissão foi eleito nas Legislativas deste ano pelo círculo eleitoral de Portalegre e prometeu abandonar funções na Assembleia da República caso consiga a presidência da autarquia.
O projeto político visa a “tolerância zero” à criminalidade grave e à corrupção, além de apoio à Economia, promovendo a fixação de empresas na região do Alto Alentejo e tentando inverter o despovoamento do território.
Ricardo Romão – Movimento Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP)
Pelo movimento Candidatura Livre e Independente por Portalegre candidata-se à autarquia Ricardo Romão, com o objetivo de reconquistar a Câmara Municipal – a CLIP liderou o município durante dois mandatos consecutivos, de 2013 a 2021. O médico veterinário acredita que a cidade precisa de uma liderança diferente.
O candidato de 51 anos quer recuperar alguns dos projetos já lançados pela governação da CLIP, incluindo a Estratégia Local de Habitação. Ricardo Romão quer ainda implementar uma reestruturação da organização interna da Câmara de Portalegre e recuperar o Castelo de Portalegre.
Portalegre em números
– População: 21.754 (-2,2% em relação a 2021)
– N.º de eleitores: 19.480
– Rendimento médio mensal:1.262€
– Habitação por m²: 938€ (+24,9% em relação a 2021)
– Ramo de atividade com mais trabalhadores:
-
Indústrias transformadoras -
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca -
Comércio a retalho (exceto veículos)
– N.º de empresas:
-
Pequenas: 2.905 -
Médias: 6 -
Grandes: 5
– Desemprego: 4,4%
– Vitórias eleitorais em Autárquicas: PSD – 7 / PS – 4 / IND – 2
Notas metodológicas: A RTP reuniu os dados de cada concelho no que diz respeito à população, rendimento médio mensal, ramos de atividade dominantes na economia, percentagem de pessoas inscritas no centro de emprego e valores [da] habitação. Para além das 18 capitais de distrito, às quais se juntam Ponta Delgada e Funchal, damos também destaque aos dois concelhos mais populosos do país: Sintra e Vila Nova de Gaia.
Ao nível da população, [consideram-se] as estimativas provisórias de população residente – pós-censitárias – revistas em junho de 2024, com variação percentual em relação aos Censos de 2021. O número de eleitores diz respeito a 15 de junho de 2025, conforme consta no Diário da República n.º 115/2025, Série II de 2025-06-17.
Relativamente ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor bruto, em euros, auferido pelos trabalhadores por conta de outrem de cada concelho em 2023. Para efeitos de comparação, a média nacional situava-se em 1.460,8 €, mas apenas seis dos concelhos analisados estão acima deste valor ou com valores aproximados.
Quanto aos ramos de atividade com maior número de trabalhadores, são apresentados os três setores com mais pessoal empregado. Os dados referem-se a 2023, mas refletem a tendência dos últimos anos.
No que respeita às empresas de cada concelho, as pequenas têm até 50 trabalhadores e um volume de negócios até 10 milhões de euros; as médias têm menos de 250 trabalhadores e até 50 milhões de euros; e as grandes contam com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros (dados de 2023).
Incluem-se ainda os dados do desemprego no continente, nomeadamente a percentagem de pessoas inscritas nos centros de emprego (à procura do primeiro emprego ou desempregadas), calculada a partir do valor médio mensal de inscritos em 2024. Nas regiões autónomas, foi apenas possível obter os dados relativos à taxa de desemprego (NUTS II – 2024) no 2.º trimestre de 2025. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,9 %.
Sobre a habitação, os dados apresentam o valor mediano da avaliação bancária por metro quadrado registado em 2024, com a respetiva variação percentual face a 2021, ano das anteriores eleições autárquicas. A referência nacional situa-se em 1.662 €/m² e a variação nacional foi de um aumento de 35 %.
Por fim, são também apresentados os resultados das anteriores eleições autárquicas, realizadas em 26 de setembro de 2021.
Fontes: PORDATA; INE; Secretaria-Geral da Administração Interna; Diário da República; CNE