Os portugueses nascidos no triénio 2022-2024, em Portugal, se não sofrerem qualquer percalço, podem esperar viver até aos 81,49 anos em média, mas esta realidade não é igual para todo o território. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta sexta-feira, a região Norte é aquela que apresenta uma maior esperança de vida à nascença (82,13 anos), enquanto os Açores são os que se saem pior neste dado, ficando-se pelos 78,33 anos.

Em Maio, o INE já tinha revelado os dados mais recentes sobre a esperança média de vida à nascença e a esperança de vida aos 65 anos (20,02 anos) a nível nacional, apontando para a manutenção de uma maior longevidade para as mulheres do que os homens, embora a distância entre ambos tenha vindo a diminuir. Agora, acrescenta-se informação a nível regional, que aponta para várias discrepâncias.

Em praticamente todos os indicadores, o Norte é quem se sai melhor — tem maior esperança de vida à nascença em termos globais (82,13), e também para homens (79,47) e mulheres (84,48) separadamente, ao mesmo tempo que apresenta uma maior expectativa de anos de vida aos 65 anos para o total da população (20,42) e para os homens (18,78), sendo apenas superado ligeiramente pela região Centro quando se olha apenas para as mulheres neste indicador — as mulheres do Centro com 65 anos podem esperar viver mais 21,77 anos e as do Norte 21,69.

No extremo oposto, é a região autónoma dos Açores que apresenta piores indicadores. A esperança média de vida global na região não vai além dos 78,33 anos — o que significa menos 3,16 anos de vida do que no território nacional como um todo —, com as mulheres a poderem atingir os 81,5 anos (a nível nacional o número é 83,96) e os homens os 74,87 (o valor é 78,73 a nível nacional, quase mais quatro anos).

O mesmo pendor negativo se verifica quando se olha para a esperança de vida aos 65 anos. Nos Açores, ela fica-se pelos 17,83 anos, tendo os homens a expectativa de viver mais 15,72 anos e as mulheres 19,44, em contraste com os 18,30 anos e os 21,35 anos que se verificam, respectivamente, a nível nacional.

Estes dados indicam que, em comparação com o triénio anteriormente analisado, houve uma manutenção das tendências que já se verificavam, a nível regional. Isto significa que o Norte, o Centro e a Grande Lisboa apresentam os dados mais positivos em todos os indicadores, enquanto os Açores, a Madeira e o Alentejo têm os valores mais negativos.


No triénio agora em análise, e que já não inclui os anos da pandemia, as regiões Norte (82,13) e Centro (81,82) são as únicas que apresentam uma esperança média de vida à nascença superior ao valor nacional, que é igualado pela Grande Lisboa (81,49). Olhando para a esperança média de vida aos 65 anos são também estas as três únicas regiões que superam o valor nacional, com o Norte a chegar aos 20,42 anos, o Centro aos 20,39 e a Grande Lisboa aos 20,11.

Olhando ainda mais ao pormenor para o território, o INE diz-nos que são os moradores das regiões do Cávado e do Ave que podem esperar ter maior esperança de vida à nascença, e também aos 65 anos. De facto, há quatro regiões em que os moradores podem ter maior expectativa de viverem acima dos 82 anos se nascerem no triénio 2022-2024, ou seja, o Cávado (82,94), o Ave (82,18), Leiria (82,15) e a Área Metropolitana do Porto (82,08).

Para quem tem 65 anos, o Cávado (21 anos), o Ave (20,89, a região de Leiria (20,77) e o Alto Tâmega (20,66) são aquelas com maior esperança de vida.

Com piores resultados em ambos os indicadores surgem os Açores, a Madeira e o Baixo Alentejo. Ao nível da esperança média de vida à nascença, os Açores e o Baixo Alentejo (78,65) são mesmo as únicas regiões em que essa esperança é inferior a 79 anos. Já olhando para os cidadãos com 65 anos, os Açores são a única região com uma esperança de vida a partir dessa idade abaixo dos 18 anos, ficando o Baixo Alentejo (18,51) e a Madeira (18,56) abaixo dos 19 anos.

As maiores diferenças de longevidade à nascença entre homens e mulheres situam-se também nos Açores e na Madeira (6,63 e 6,21 anos de diferença, respectivamente, a favor das mulheres), o mesmo acontecendo para a longevidade aos 65 anos (3,72 e 3,95, respectivamente). No lado oposto, é no Oeste e Vale do Tejo que essa discrepância é menor, em ambos os indicadores.