“Pedimos a todas as nações preocupadas com a segurança nuclear que deixem claro a Moscovo que a sua jogada nuclear deve parar”, instou no X o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha.

Sybiha acusa mesmo os operadores russos da central de Zaporizhia de “ignorarem qualquer consideração pela segurança nuclear”, tendo em vista “agradar aos chefes em Moscovo”.



“A Rússia construiu 200 quilómetros de linhas de energia em preparação para uma tentativa de roubar a central, ligá-la à rede [russa] e reiniciá-la”
, acentua o chefe da diplomacia ucraniana.

“A tentativa russa de voltar a ligar a central pode ser a pior até agora, representando os maiores riscos. Moscovo está a tentar envolver a AIEA nesta aventura e justificar o roubo”, reforça.Zaporizhia, em Enerhodar, no sul da Ucrânia, é a
maior central nuclear da Europa. Os seis reatores encontram-se
desligados. Tidavia, a operação de arrefecimento ainda implica uma fonte
de alimentação externa.

A operadora da central nuclear, atualmente controlada pelo grupo russo Rosatom, confirma o corte de fornecimento de energia externa, o que está a obrigar a recorrer aos geradores de emergência.


“Desde 23 de setembro de 2025, o fornecimento de energia para as necessidades da central nuclear de Zaporizhia tem sido fornecido por geradores a diesel de emergência”, indicou a operadora na plataforma de mensagens Telegram, para acrescentar que, por ora, há reservas de combustível para um “funcionamento prolongado”.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica foi recebido na sexta-feira, no Kremlin, pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Igualmente na rede X, Rafael Grossi adiantou ter abordado junto do número um da Rosatom, Alexey Likhachev, “a segurança e proteção” de Zaporizhia.
“Exportações controladas de armas”


Também este sábado o presidente ucraniano veio anunciar que o Governo do seu país pretende alargar a produção no domínio da defesa com o objetivo de exportar armamento.

“Estamos a trabalhar para expandir a nossa produção de defesa e iniciar exportações controladas de armas ucranianas, um outro acordo foi alcançado e já estamos a trabalhar com quatro países para abrir plataformas de exportação”, afirmou Zelensky em mensagem de balanço da 80ª Assembleia-Geral da ONU.

Em declarações citadas pela agência Ukrinform, o chefe de Estado ucraniano indicou que só as armas que não façam falta à defesa do país vão ser exportadas para parceiros na Europa, no Médio Oriente, África e Estados Unidos.


“Nas áreas onde produzimos mais, podemos exportar o restante e ganhar dinheiro dessa forma, para que possamos investir em bens que estão em falta – drones, intercetores, drones de longo alcance — coisas para as quais não há dinheiro suficiente”
, enfatizou.

O presidente ucraniano quis ainda destacar os acordos alcançados na reunião com o homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, oportunidade que considerou “muito produtiva”.

c/ agências