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A recente onda de atividade indesejada de drones em vários países europeus chegou esta semana à Dinamarca, paralisando o aeroporto da capital do país, Copenhaga. A primeira-ministra dinamarquesa falou num “lembrete inequívoco do tempo em que vivemos”, mas não se percebeu logo a origem dos drones. A NATO acredita agora que Moscovo possa estar a utilizar os seus navios de carga sancionados para camuflar e operar aeronaves não tripuladas.
No caso de Copenhaga, são três os navios suspeitos de navegarem com o propósito de lançar drones e de controlar os dispostivos a partir daquela localização. Sob suspeita está o cargueiro russo Astrol 1, que navegou pelo estreito de Öresund na segunda-feira e realizou várias manobras irregulares. Também o petroleiro Pushpa, sancionado pela UE e que navega sob bandeira do Benim, foi monitorizado durante quatro horas por um navio alemão da NATO.
O terceiro é o cargueiro norueguês Oslo Carrier 3, que estava a sete quilómetros do aeroporto de Kastrup quando os drones sobrevoaram a zona aérea. Como destaca o El Mundo, apesar de este navio não estar sancionado e não fazer parte da chamada “frota fantasma” russa, o seu armador tem ligações a Moscovo, com um escritório em Kaliningrado.
Something didn’t add up.
????????Danish skies saw mysterious drones.
????????Russian landing ship “Alexander Shabalin” lurked nearby—transponder off, just 12 km from Langeland.
It’s now back in Baltiysk. Silent signals.
Strategic shadows. What was the real mission? pic.twitter.com/rfH3x5pvsO
— Reporter X (@TheReportX_) September 26, 2025
Também o navio russo Alexander Shabalin estava em águas internacionais a 12 quilómetros da costa dinamarquesa quando os incidentes ocorreram.
Não é de agora que os países do Báltico, ao lado da NATO, lutam contra a ameaça destes navios “fantasma”. Em janeiro lançaram a missão Baltic Sentry, colocando barcos de superfície, aviões-patrulha e drones neste mar para garantir a segurança da área.
Sobre a missão, na altura, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, disse não querer que o inimigo fosse “mais sábio do que já é”. A ação não terá sido suficiente para demover estes navios com ligações russas de lançar e controlar drones.
Não foram os russos a ter a ideia de usar porta-contentores como plataformas de lançamento de drones. O Irão, aliado russo, é o precursor do método e até já se tinha mostrado a operar drones e armas a partir de convés de barcos.
Para a Rússia, o método não podia ser mais conveniente e traz uma nova utilidade à famosa “frota fantasma”. Estes navios sem bandeira, ou com bandeira de países livres de sanções, são na sua maioria obsoletos e operam irregularmente, tanto para contornar os limites da venda de petróleo à Rússia, como para sabotar infraestruturas subaquáticas internacionais.
Converter estes petroleiros, que já são sancionados, em “naves-mães” de drones e bases de sabotagem, pressiona ainda mais a União Europeia e a NATO. E transforma, mais do que nunca, o mar Báltico num teatro de guerra híbrida, com países em alerta máximo devido às sucessivas invasões aéreas.