A AMG já tem dois formatos definidos para a plataforma de elétricos super-poderosos. Mas pode haver um terceiro já em estudo, mais emotivo.
Depois da apresentação do Concept AMG GT XX em Munique, com grande pompa e circunstância, a Mercedes-AMG já se encontra a estudar novas derivações do modelo. O segundo não é segredo. Depois do coupé de quatro portas, a empresa de Affalterbach já tem um super-SUV na sua fase de testes dinâmicos, com lançamento previsto para 2027.
Como não existem duas sem três, já existem rumores para outro modelo. Um rival direto para uma espécie de Porsche 911 elétrico. Um modelo que, como sabemos, não existe. Mas o conceito é óbvio: excelente comportamento, ótima performance e usabilidade no quotidiano.
A base deste modelo seria a mesma plataforma AMG.EA de 800 V já confirmada para o Concept GT XX. Se os números se mantiverem, são 1360 cv de potência fornecidos por uma combinação de três motores elétricos.
© Mercedes-AMG Os protótipos do Concept AMG GT XX estiveram na pista de testes de Nardò, em Itália, onde bateram vários recordes para viaturas elétricas.
Michael Schiebe, responsável máximo da AMG, confirmou que a discussão está em curso e que tem duas vertentes: “uma discussão emocional e uma racional”. “Do ponto de vista emocional, sim, devíamos fazê-lo. A questão é se existe um mercado suficientemente grande para justificar o investimento necessário”. O lado mais racional, portanto.
A verdade é que a AMG já tem alguma experiência no desenvolvimento de desportivos 100% elétricos. Há alguns anos, um SLS AMG Electric Drive chegou inclusivamente a estabelecer um recorde de volta no Nürburgring-Nordschleife para automóveis elétricos.
No entanto, a sua produção não chegou sequer a 100 unidades — diz-se que apenas nove foram entregues a clientes — e a última vez que uma delas surgiu em leilão, tinha um valor acima de um milhão de euros.
Um eventual coupé elétrico da AMG poderá acontecer, mas apenas como complemento à atual geração GT com motor de combustão. Segundo Michael Schiebe, esta continuará a ser produzida “seguramente durante mais 10 anos”, garantindo que os clientes mais puristas continuam a ter disponível o carismático (e sonoro) motor V8.
E já que tocámos neste assunto, é o momento de referir que, para a AMG, o caminho para os automóveis 100% elétricos não passa pelo abandono da emoção ao volante. Segundo os responsáveis da marca, a AMG está a trabalhar em diversas soluções destinadas a manter a ligação emocional entre o condutor e a máquina.
Em cima da mesa, está a colaboração com engenheiros da indústria sonora, que vão ter a missão de recriar digitalmente o rugido de um V8. Além disso, a AMG está também a desenvolver uma solução que promete simular passagens de caixa com redutores artificiais, de forma a (tentar) manter o dramatismo da condução.
“Queremos garantir que, mesmo sendo elétrico, um AMG continua a ser um automóvel emocional. O cliente tem de sentir a resposta do carro, porque é isso que sempre valorizou nos nossos modelos”, afirmou Schiebe. Ainda assim, a decisão sobre a produção deste modelo elétrico continua em aberto e sem data definida.
A questão é se este tipo de soluções será suficiente para convencer os entusiastas. O som “falso” de V8 e as passagens de caixa artificiais podem transmitir alguma teatralidade à experiência de condução, mas não deixam de assentar numa base digital.
Fica a faltar o cheiro a gasolina, as vibrações de todo o conjunto, o som que se ouve quando se liga o motor a frio e lhe damos tempo para ir mudando de tom enquanto aquece e tantas outras coisas. Em compensação não há faturas de gasolina, de mecânico nem culpa ao final do mês. Decisões, decisões, decisões…
Sabe esta resposta?
Quantos quilómetros percorreu o Concept AMG GT XX em apenas 24 horas?