A ala projectada pelo arquitecto Álvaro Siza para o Museu de Serralves, no Porto, e a requalificação da zona ribeirinha de Loures, nos arredores de Lisboa, foram distinguidas nos International Architecture Awards, do Ateneu de Chicago — Museu de Arquitectura e Design e do Centro Europeu para Arquitectura, Arte, Design e Estudos Urbanos.

A Ala Álvaro Siza foi premiada na categoria Museums and Cultural Buildings (museus e equipamentos culturais, em tradução livre), enquanto o projecto de requalificação de Loures, do atelier de arquitectura paisagista Topiaris, foi distinguido na categoria Urban Planning/Landscape (planeamento urbano e paisagem). Nesta segunda categoria foi também distinguido o projecto do Parque Global, em São Paulo, com assinatura dos ateliers Enea Landscape Architecture e Cardim Arquitetura Paisagística.

A nova ala de Serralves foi inaugurada em 2024, tendo ampliado em 44% a área expositiva do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, segundo comunicado da instituição. “Esta extensão acolhe um piso dedicado à Colecção de Serralves e outro inteiramente vocacionado para a arquitectura — um dos pilares estratégicos da missão da Fundação —, reforçando o diálogo entre arte, arquitectura e paisagem”, lê-se no documento. “A ampliação possibilitou ainda a incorporação de novos arquivos e depósitos, consolidando a missão de Serralves como espaço de preservação, investigação e divulgação da arte contemporânea e da arquitectura, em contexto nacional e internacional”, prossegue a instituição, naturalmente agradada com esta distinção.

Sobre a frente ribeirinha de Loures, na sequência do Parque das Nações, em Lisboa, o júri dos International Architecture Awards destaca o objectivo de completar a continuidade do percurso intermunicipal, entre Lisboa e Vila Franca de Xira, num plano estratégico para uma via verde contínua ao longo da Frente Ribeirinha do Tejo.

A ligação das zonas urbanas, até então isoladas do rio por estradas e caminhos-de-ferro, estabelece um percurso que, de acordo com o júri, é uma importante infra-estrutura de mobilidade e uma matriz de transportes diários, contribuindo para a redução das emissões de dióxido de carbono e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Cumprindo as normas de acessibilidade pedonal, tornou-se um percurso inclusivo e o local revelou “uma paisagem surpreendente: um mosaico de ecossistemas naturais juntamente com uma zona altamente urbanizada, embora inacessível”. A poucos minutos de bairros densamente povoados, existem sapais e canaviais nativos, que sustentam uma rica flora e fauna, explica a organização, referindo que, “por isso, está protegida por diversas legislações nacionais e internacionais, como Sítios de Importância Comunitária, Zonas de Protecção Especial e Reserva Ecológica Nacional”.

A Casa Souto, no Porto, um projecto do gabinete de arquitectura Ventura + Partners, de Manuel Ventura, foi distinguida com uma menção honrosa, na categoria dedicada a moradias unifamiliares. De igual modo, receberam menções honrosas os projectos brasileiros Auka Inn, em Cairu, no estado da Bahia, do atelier FGMF, na categoria de hotelaria; e a Auris Residenze, em Santa Catarina, do arquitecto Marco Casamonti e do gabinete Archea Brasil Design de Interiores, na área residencial.

O júri dos Prémios Internacionais de Arquitectura 2025 foi constituído pelo historiador e crítico de arquitectura Almantas Samalavicius, professor catedrático na Escola de Arquitectura da Universidade Técnica de Vilnius Gediminas, na Lituânia; pelo académico Chiu Chen-Yum, investigador no Departamento de Arquitectura da Universidade de Bilkent, na Turquia, e na Universidade Técnica de Munique; pelo arquitecto e designer Flavio Mansoni, mestre honorário em design pela Universidade de Florença; e por Sang Dae Lee, professor na Kennesaw State University, na Geórgia (EUA), e vencedor da edição do ano passado do Prémio Internacional de Arquitectura.

Estabelecidos em 2004 pelo Ateneu de Chicago com o Centro Europeu para Arquitectura, Arte, Design e Estudos Urbanos e a Metropolitan Arts Press, estes prémios visam “homenagear os melhores e mais significativos novos projectos de arquitectura paisagista, urbanismo e edifícios, projectados e/ou construídos pelos principais arquitectos, paisagistas e urbanistas do mundo, actuando a nível nacional e internacional”.