“A República Islâmica do Irão defenderá resolutamente os seus direitos e interesses nacionais, e qualquer ação que vise prejudicar os interesses e direitos do seu povo será respondida com firmeza e apropriada“, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, em comunicado publicado este domingo.


“A reativação das resoluções revogadas é legalmente infundada e injustificável (…) todos os países devem abster-se de reconhecer esta situação ilegal“, referiu ainda a diplomacia iraniana.


Os castigos regressaram após o chumbo de um adiamento de seis meses, sábado, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.Foram restabelecidos após 10 anos de suspensão, na sequência de acusações ao Irão de que não coopera com a AIEA e não cumpre os compromissos de limitação do programa nuclear previstos no acordo alcançado em 2015.


Os Estados Unidos e o chamado E3, grupo que inclui França, Alemanha e Reino Unido – os três estados europeus que têm estado a negociar com Teerão o regresso das inspeções pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) – sublinharam que o regresso das sanções não fecha a porta à continuação das negociações.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, aconselhou Teerão a aceitar “discussões diretas, de boa-fé”, ao mesmo tempo que pediu a todos os Estados para aplicarem “imediatamente as sanções para exercer pressão” sobre o Irão.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros britânico, francês e alemão garantiram, num comunicado conjunto, que continuarão a procurar “uma nova solução diplomática que garanta que o Irão nunca se dote de armas nucleares”, apelando a Teerão “para que se abstenha de qualquer ação que implique uma escalada” do conflito.

A presidente do Conselho Nacional da Resistência Iraniana (CNRI), a oposição a Teerão no exílio, Maryam Rajavi, defendeu a aplicação das sanções.

As sanções “devem ser aplicadas sem indulgência nem concessões, e todas as formas de contorná-las devem ser bloqueadas”, afirmou Rajavi num comunicado a partir do seu exílio em Paris, citado pela agência EFE.

Essas sanções “são essenciais para impedir que a ditadura religiosa adquira uma bomba nuclear e devem ser aplicadas com firmeza”, insistiu a líder do NCRI, impulsionadora do “Plano de Dez Pontos para o Futuro do Irão”, que apresentou numa sessão do Conselho da Europa em 2006 e que continua a ser o roteiro do movimento para uma transição no país.