O System of a Down não lança um álbum inédito de estúdio desde 2005. Com exceção das músicas “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz”, disponibilizadas em 2020 e motivadas pelo conflito entre Artsakh e Azerbaijão, a banda sequer chegou a liberar qualquer outra canção após os discos “Mezmerize” e “Hypnotize”.

Frequentemente, os membros são questionados a respeito da possibilidade de retornarem ao estúdio. No último mês de abril, John Dolmayan foi sincero ao pontuar em entrevista à Lilian Tahmasian que, para um novo projeto sair, “teriam que existir regras muito claras”.

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Ele disse:

“Não sei se eu quero isso neste momento. Tem drama demais envolvido. E eu gosto de sair, me divertir com meus amigos e fazer shows, e não quero que isso pare de acontecer. Teriam que existir regras muito claras para que eu voltasse a gravar outro disco com o System.”

Uma das condições foi recentemente revelada pelo baterista em participação no podcast But That 1% With Sona Oganesyan. Como compartilhado pelo músico na ocasião, o processo de criar um disco com os colegas atualmente só funcionaria se o guitarrista e vocalista Daron Malakian, responsável pela composição da parte musical de muitas das canções, desse espaço para que os outros integrantes mostrassem suas ideias primeiro.

Conforme transcrição do Blabbermouth, ele explicou: 

“Eu contei pro Daron o truque secreto de como finalizar um álbum: basta que ele seja o último a trazer as músicas. Tradicionalmente, quando a gente entra em estúdio para gravar, o Daron logo mostra as músicas que ele fez, porque ele geralmente tem muitas ideias. São músicas muito bem pensadas, as mais completas. O que eu faria se eu fosse o Daron, como eu mesmo já disse para ele, é o seguinte: ‘por que você não diz pro Serj [Tankian, vocalista] trazer as músicas dele primeiro? Vamos passar por todas as ideias dele. E então Shavo [Odadjian, baxista] traria as dele. E por fim, o Daron traria as dele’. Qual é a diferença? Esse gesto de ceder diz: ‘eu me importo mais com as suas músicas do que com as minhas e quero que você traga as suas primeiro’.”

Dolmayan acredita que, independentemente da ordem, as sugestões de Malakian apareceriam no resultado final porque ele é, em suas palavras, “o melhor compositor” que já viu. Porém, manter o padrão de criação de antigamente e priorizar as ideias do guitarrista seria também abrir margem para os ressentimentos, segundo o baterista.

John ainda aproveitou para citar a importância das contribuições do baixista Shavo Odadjian. Ele declarou:

“A maioria das músicas do Daron vai acabar entrando no álbum. Ele é o melhor compositor que eu já vi na vida. E o Serj é um letrista prolífico. Mas acredite ou não, muitas das músicas que você mais gosta no System começaram com o Shavo, os riffs, os arranjos vieram dele. Então temos uma força enorme ali, que só precisa de espaço. A gente só precisa simplesmente dar tempo para todo mundo mostrar seu trabalho e não deixar isso para a parte final, porque assim a contribuição do resto é diminuída e todo mundo sente isso. É aí que surgem os ressentimentos. Por isso meu conselho é: Daron, traga as suas músicas por último. Elas vão ser ótimas de qualquer forma.”

A visão de Serj Tankian e Daron Malakian

Durante entrevista ao canal do YouTube The Jesea Lee Show em junho, Serj Tankian também foi abordado a respeito do tema. Na ocasião, o músico foi perguntado sobre o que seria necessário para que o quarteto quebrasse o hiato e voltasse ao estúdio para registrar um trabalho completo.

Seguindo o mesmo raciocínio do baterista John Dolmayan, ele respondeu conforme transcrição do Blabbermouth:

“Abordagem igualitária para tudo dentro da banda. Em outras palavras, mais igualdade em termos de origem da música, em termos de dividir tudo, incluindo editoração, em termos de ideias, em termos de compartilhar a visão — esse tipo de coisa.”

Por sua vez, Daron Malakian sequer tem vontade de criar um novo disco ao lado do System of a Down. Ao participar do podcast Tetragrammaton With Rick Rubin em fevereiro, o guitarrista e vocalista jogou um balde de água fria ao dizer:

“Houve um tempo em que isso pode ter sido algo que eu queria. Não tenho certeza do quanto quero isso mais. Tenho certeza que as pessoas não vão ficar muito felizes em ouvir isso de mim. Mas eu não estou no mesmo lugar em que estava, talvez, há 10 anos.”

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