A pré-campanha às eleições autárquicas ficou este domingo marcada pelo anúncio de que o Governo pretende aumentar o complemento solidário de idosos e atribuir um novo suplemento extraordinário às pensões mais baixas caso exista folga no Orçamento do Estado para 2026. Da esquerda à direita, os líderes partidários acusaram o primeiro-ministro de estar a anunciar medidas na véspera da campanha por razões eleitoralistas e pediram aumentos estruturais das pensões.

Em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3, André Ventura considerou que Luís Montenegro está a “fazer promessas” às “portas de uma eleição” por “puro eleitoralismo em que ninguém acredita”. Em Ansião, o líder do Chega argumentou que “o Governo não sabe o que quer, mas quando chega às eleições tenta sempre mostrar que está a fazer alguma coisa”, acabando por não cumprir “tudo o que promete”.

Já em Torre de Moncorvo, o secretário-geral do PS vaticinou que, durante a campanha eleitoral, “vamos ter uma espécie de conta-gotas que vai deitando medidas eleitoralistas até às eleições”. “O Governo está obrigado a deveres de isenção e imparcialidade no exercício das suas funções, mas estou convicto de que, à luz do que foi dito ontem, haverá matérias equivalentes que irão continuar até às eleições”, insistiu.

José Luís Carneiro desafiou, por isso, o primeiro-ministro a não se sentir “inibido de assumir que o suplemento extraordinário para os idosos se transforme numa valorização definitiva permanente das pensões mais baixas que vão até aos 522 euros”, em declarações na RTP3.


Em Rio Maior, também Isabel Mendes Lopes, do Livre, defendeu que é preciso um “aumento constante” das pensões e não medidas pontuais em “momentos favoráveis ao primeiro-ministro”, numa alusão à campanha eleitoral. Citada pela Lusa, a co-porta-voz do partido insistiu ainda na importância de o Parlamento aprovar “um compromisso de equidade e investimento”, em que se defina previamente onde alocar o excedente orçamental.

Já o secretário-geral do PCP considerou, a partir da Vidigueira, que os anúncios do primeiro-ministro se tratam de “sacos cheios de promessas” devido às eleições e prometeu que, na CDU, “não há mentira” nem “demagogia”. “Aqui assumimos compromissos, honramos com o nosso trabalho, com o nosso projecto”, garantiu Paulo Raimundo, citado pela Lusa, acrescentando que, quando a coligação entre o PCP e o PEV não consegue cumprir os compromissos, fala “de forma frontal” com as pessoas. com Lusa