O ministro sombra da Justiça do Chega, Rui Gomes da Silva, será o sucessor de Luís Filipe Menezes na Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa (CCIAP), uma vez que ocupa o cargo de vice-presidente, caso o ex-líder do PSD vença as eleições para a Câmara de Gaia nas autárquicas de outubro.
Um cenário cada vez mais provável, se atendermos às várias sondagens que têm vindo a ser publicadas e que dão Luís Filipe Menezes a liderar as intenções devoto, surgindo bastante à frente dos restantes candidatos e com uma diferença de oito pontos em relação ao socialista José Paulo Correia, que surge em segundo lugar.
A Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa, fundada em 1977, «tem como objetivo principal o desenvolvimento das relações económicas, comerciais, industriais e culturais entre Portugal e os 22 Países da Liga dos Estados Árabes, numa base de mútuo interesse, contribuindo consideravelmente para o estreitamento das relações de cooperação entre Portugal e o Mundo Árabe», pode ler-se no site.
E conta com a Liga dos Estados Árabes, a União das Câmaras Árabes – abrangendo a totalidade de cerca de 250 Federações e Câmaras de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços de toda a zona geográfica Árabe – e o Conselho Económico e Social Árabe, o que lhe confere, genuinamente, a representação em Portugal dos Países da Liga dos Estados Árabes e das Câmaras de Comércio Árabe.
Na mira dos negócios
No início deste mês foi assinado o quadro estratégico de cooperação entre associações luso-árabes. Um acordo aplaudido por Miguel Pinto Luz, que o classificou como um «marco» nas relações económicas entre os dois países, realçando que «reflete o empenho em criar sinergias que beneficiem ambos os mercados, apostando na partilha de conhecimentos e no fortalecimento de redes empresariais».
De acordo com o ministro das Infraestruturas, «esta parceria demonstra que estamos prontos para construir pontes com mercados emergentes e diversificados, como o saudita, que têm um potencial significativo para o crescimento económico mútuo».
Nessa ocasião, Luís Filipe Menezes reconheceu que só os árabes tinham capacidade para investir na antiga refinaria da Galp, em Leça da Palmeira.
Recorde-se que André Ventura tem feito várias intervenções públicas defendendo o fecho das fronteiras nacionais e europeias aos imigrantes árabes e muçulmanos, em defesa da «cultura cristã».
Governo sombra
O nome de Rui Gomes da Silva junta-se a de Rui Teixeira Santos que teria a pasta da Economia e Finanças. Já o eurodeputado Tiago Moreira de Sá ficará com os Negócios Estrangeiros, enquanto o deputado Nuno Simões de Melo terá a seu cargo com a Defesa.
Por seu lado, Miguel Corte-Real, candidato do partido à Câmara do Porto nas eleições autárquicas de 12 de outubro, vai trabalhar na área da Reforma do Estado, enquanto Teresa Nogueira Pinto ficará responsável pela pasta da Cultura e Áreas Conexas e o antigo bastonário da Ordem dos Veterinários Jorge Cid a área da Agricultura. Horácio Costa será ministro sombra da Saúde, Fernando Silva, membro da Comissão Nacional de Eleições, assumirá a Administração Interna e o professor universitário Alexandre Franco de Sá a responsabilidade pelo Ensino.
«O Chega conseguiu definir um elenco de grande relevo, de pessoas independentes, com presença na sociedade civil e com um currículo também forte para assumirem um desafio que é inédito em Portugal, que é de criar um Governo-sombra, que faça sombra e escrutínio ao atual Governo», chegou a afirmar André Ventura.
De acordo com o líder do partido e também candidato às eleições presidenciais, os elementos deste Governo sombra, reconhecendo que alguns já o criticaram ou ao partido. «Queria mostrar ao país que é possível ter um Governo de pessoas com qualidade, que se disponibilizam a fazer este trabalho com independência e a aportar também esta ideia de que se pode ser ministro, competente e não ser uma pessoa ligada diretamente ao aparelho partidário».