WINDHOEK (Reuters) – A empresa alemã de energia RWE disse nesta segunda-feira que se retirou do projeto de amônia verde Hyphen da Namíbia, estimado em US$10 bilhões, um golpe para as ambições do país africano de se tornar um importante centro de hidrogênio.

A retirada é o exemplo mais recente de empresas reconsiderando investimentos em uma tecnologia nascente cujo desenvolvimento é caro.

A RWE assinou um memorando de entendimento preliminar e não vinculativo com a Hyphen em 2022 para obter cerca de 300.000 toneladas por ano de amônia – um composto usado principalmente para fabricar fertilizantes – a partir de 2027.

A amônia é normalmente produzida usando gás natural, e a descarbonização desse processo exige a substituição do gás por hidrogênio extraído da água usando fontes de energia renováveis.

‘Podemos confirmar que a RWE não está atualmente buscando nenhum outro projeto na Namíbia’, disse a empresa em um comunicado, conforme a demanda por hidrogênio e derivados, como a amônia, está se desenvolvendo mais lentamente do que o esperado na Europa.

‘Diante desse cenário, revisamos os projetos relevantes da RWE. Isso incluiu o projeto com a Hyphen na Namíbia.’

O porta-voz da Hyphen, Ricardo Goagoseb, disse que a RWE assinou apenas ‘um memorando de entendimento para explorar o potencial de compra’ e não fez nenhum acordo final.

(Reportagem de Nyasha Nyaungwa em Windhoek e Christoph Steitz em Frankfurt)