O Chega vai recorrer para plenário da decisão da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados que arquivou uma queixa apresentada pelo deputado Pedro Frazão contra o líder parlamentar do PSD, que acusava de ameaças de violência física.
O anúncio foi feito pelo presidente do Chega, André Ventura, em declarações aos jornalistas antes de uma “tertúlia com autarcas e candidatos a Loures” nas eleições autárquicas de 12 de outubro, numa quinta de eventos naquele concelho, iniciativa de campanha que foi fechada à comunicação social.
“O Chega vai recorrer da decisão que foi tomada e vai levar isto ao plenário da Assembleia da República, para que se passem as imagens novamente no plenário e para que todos possam ver e ouvir”, afirmou.
O líder parlamentar do PSD exigiu a André Ventura um pedido de desculpas, depois de este ter publicado um vídeo que Hugo Soares considerou baseado numa deturpação das suas palavras.
O líder do Chega recusou pedir desculpa ao também secretário-geral do PSD e insistiu na alegação que o social-democrata ameaçou a sua bancada, dizendo que há “várias testemunhas” do seu partido que “ouviram a mesma palavra”.
“O líder da bancada parlamentar do PSD ameaçou fisicamente deputados do Chega. Todos ouviram, os que estavam na linha da frente. O Chega terá a oportunidade de mostrar isso e de levar estes deputados a mostrar e a dizer o que ouviram”, afirmou, defendendo que “ninguém melhor que o deputado do Chega ouviria o deputado do Hugo Soares”.
André Ventura deixou críticas aos funcionários parlamentares que estão no centro do plenário a registar os apartes, acusando-os de parcialidade. “Só anotarem as ofensas que vêm de uma bancada e não anotam as dos outros”, sustentou.
O líder do Chega voltou também a deixar críticas à comunicação social, que acusou de “branquear” este caso.
A Comissão Parlamentar da Transparência indeferiu esta segunda-feira uma queixa apresentada pelo deputado do Chega Pedro Frazão, segundo a qual o presidente da bancada social-democrata lhe teria prometido “porradas”.
Porém, através de gravações pelos serviços do parlamento, concluiu-se que Hugo Soares falou em “moradas” e não em “porradas”, razão pela qual a queixa do deputado do Chega foi arquivada.
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