No início da década de 1990, o heavy metal vivia um momento decisivo. O gênero, que até então transitava entre o underground e a popularidade conquistada nos anos 80, enfrentava um “cruzamento de estradas”. Nesse contexto, o Metallica lançou o “Black Album” (1991), trabalho que redefiniu não apenas a carreira da banda, mas também o alcance do metal.
Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden e “rival” histórico do Metallica, refletiu sobre esse marco em entrevista publicada pela Classic Rock. Segundo o cantor, grupos como Maiden, Judas Priest e Pantera também estavam diante da chance de levar sua música a outro patamar, mas apenas o Metallica teve coragem de arriscar. “Nós, o Judas Priest e o Pantera chegamos a um cruzamento onde poderíamos ter dado o próximo passo. Mas nenhum de nós teve coragem de fazer isso. O Metallica teve, e merece muito crédito por agarrar a oportunidade, correr o risco e colher as enormes recompensas”, afirmou.
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Foto: John McMurtrie – Midiorama
Para Dickinson, o álbum é um exemplo raro de execução perfeita dentro do metal. “É um desses discos seminais que acertam em cheio. É extremamente bem produzido, e cada nota está totalmente sob controle. Admiro o que eles fizeram com aquelas músicas, foi muito eficaz e, sem dúvida, ajudou a empurrar o metal para o mainstream”, destacou o vocalista.
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Ele também comparou a produção de Bob Rock com a de Robert John “Mutt” Lange, famoso por seu trabalho com AC/DC e Def Leppard, ressaltando o controle absoluto que o produtor tinha sobre o resultado final. “Eu sei que não foi o Mutt Lange que produziu, mas o Bob Rock tinha esse mesmo estilo, de colocar tudo sob rédeas firmes.”
Apesar da admiração, Dickinson deixou claro que o Iron Maiden jamais teria trilhado esse caminho. “Nós nunca poderíamos fazer um álbum como aquele, porque não somos tão controlados, e nem queremos ser. Conosco, as rodas cairiam do ônibus e acabaríamos demitindo o produtor!”, disse, em tom bem-humorado.
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