Lionel Richie acaba de lançar nos EUA seu livro de memórias, que, com suas anedotas e opiniões fortes, já gerou polêmica. Em um dos capítulos de “Truly”, Richie critica a higiene de outro astro da música: Michael Jackson, chamando-o de “fedorento” e acusando-o de não trocar de roupa por dias.

“Michael era muito próximo dos irmãos e da mãe, mas depois que seguiu carreira solo e começou a fazer álbuns, filmes e vídeos incríveis, assumiu o controle do próprio projeto”, escreveu o cantor de “Hello” e “Say you, say me” em sua autobiografia.

Conforme relatado pelo Page Six em uma prévia do livro, o jurado do American Idol contou como ele e o falecido produtor musical Quincy Jones zombavam de Jackson, a quem apelidaram de “Fedorento”. “Michael também ria, quando percebia que não havia trocado ou lavado suas roupas nos últimos dias”, escreveu Richie. “Todos temos nossas peculiaridades”.

O cantor de “All night long” observou que seu colega aparecia no palco usando roupas feitas por ele e seus estilistas, mas fora do palco usava “pijama e chinelos” ou roupas comuns. “Sempre que Michael vinha me visitar, ele usava a primeira coisa que encontrava: jeans e camiseta”, escreveu Richie, acrescentando que o cantor de “Thriller” nunca usava desodorante. “E o jeans caía ou era curto demais e, bem, cheirava mal”, afirmou.

Quando o ex-vocalista do Commodores perguntou onde ele havia comprado aquelas calças estranhas, Jackson respondeu: “Lionel, passei em uma loja no Vale. O dono veio e me deu um par.”

“Todo mundo tem algum apego. E Michael se acostumou a usar as mesmas calças até que elas se tornassem inutilizáveis”, lembrou.

“O cotidiano dele era o que se poderia chamar de excêntrico. Como um professor sem noção, mas também como uma criança”, acrescentou Richie, de 76 anos, relembrando uma ocasião em que deu a Jackson uma calça jeans e uma cueca limpa e o incentivou a tomar banho, percebendo que ele exalava um odor desagradável.

“Então, eu o levei para casa, e ele foi gentil e ficou grato”, escreveu Richie em suas memórias. “Assim que cheguei em casa, passei pela sala de estar e vi a cueca de Michael Jackson e sua calça jeans velha e puída no carpete. Ali, como um animal atropelado”, acrescentou. “O que eu podia fazer além de rir? Michael Jackson estava aqui.”

Richie e Jackson mantinham uma profunda amizade e, juntamente com Quincy Jones, foram os cérebros por trás de “We Are the World”, a canção gravada em 1985 por eles e outras estrelas da música como Ray Charles, Kim Carnes, Diana Ross, Paul Simon, Tina Turner, Kenny Rogers, Billy Joel, James Ingram, Stevie Wonder, Harry Belafonte, Cyndi Lauper, Dionne Warwick, Bob Dylan, Huey Lewis, Daryl Hall e Bette Midler.

Os royalties da canção, que se tornou um sucesso mundial, foram doados a um esforço humanitário para acabar com a fome na Etiópia. A jornada épica de reunir todas essas figuras em um estúdio de gravação foi capturada no documentário Pop’s Big Night, lançado pela Netflix em fevereiro de 2024.