A dona de títulos icónicos como EA FC, The Sims e Battlefield vai tornar-se uma empresa privada, após ser adquirida por um consórcio que inclui o fundo soberano da Arábia Saudita.

Imagem EA Games

Um dos maiores negócios da indústria dos videojogos

A Electronic Arts confirmou esta segunda-feira (29) a sua venda por 55 mil milhões de dólares (cerca de 46.887 milhões de euros.). O acordo foi fechado com um consórcio formado pelo fundo saudita PIF, a gestora Silver Lake e a Affinity Partners. O valor impressiona não só pela dimensão como também pelo facto de se tratar de uma operação totalmente em dinheiro.

Este negócio marca um momento decisivo para a publisher norte-americana, que há meses vinha a ser alvo de rumores sobre uma possível privatização.

Os acionistas irão receber 210 dólares por ação (cerca de 179 euros), um prémio de 25% face à cotação média mais recente e bastante acima do máximo histórico de 179 dólares (cerca de 152 euros) por título. Trata-se do maior investimento all-cash já realizado para retirar uma empresa da bolsa.

O que muda para a EA

Segundo o CEO Andrew Wilson, a parceria vai permitir acelerar a inovação e reforçar a expansão global da EA nos setores do entretenimento digital, do desporto e da tecnologia. A promessa é de novas experiências interativas e maior presença mundial.

Apesar da mudança no controlo acionista, a atual liderança continuará no comando, garantindo continuidade estratégica para os próximos anos.

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A EA Games, criadora de títulos icónicos como  EA FC, The Sims, Battlefield, Apex Legends e Need for Speed, domina géneros que vão do desporto e simulação à ação e estratégia.

Detalhes do acordo e o impacto no mercado

O consórcio liderado pelo PIF passa a deter 100% do controlo da Electronic Arts, aproveitando também a fatia de 9,9% que já detinha.

Os acionistas beneficiam de ganhos imediatos:

  • Pagamento de 210 dólares por ação em dinheiro
  • Prémio de 25% face à cotação mais recente
  • Valor superior ao histórico máximo de 179 dólares por ação

A compra da EA torna-se o segundo maior negócio da história da indústria dos videojogos, ficando apenas atrás da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, concretizada em 2023 por 75,4 mil milhões de dólares.

A aquisição da EA não só reforça o peso da empresa no setor, como também evidencia a crescente influência do PIF no mercado global de jogos. O fundo saudita já detém a Savvy Games Group e participa em gigantes como Activision Blizzard, Take-Two, Nintendo e Embracer.

Com a compra da EA, a Arábia Saudita consolida-se como um dos principais investidores da indústria dos videojogos.

Este movimento poderá influenciar diretamente a forma como a EA expande os seus jogos e serviços. Com novos investimentos e redes de contacto internacionais, a publisher tem agora potencial para acelerar planos em áreas como desporto eletrónico, jogos móveis e experiências híbridas que combinam físico e digital.

Continuidade operacional e lançamentos futuros

Apesar da mudança acionista, a EA deve continuar a operar normalmente nos próximos meses, sem alterações bruscas.

A empresa lançou recentemente EA FC 26 e prepara a chegada do aguardado Battlefield 6, programado para outubro.