No ano passado, Marcelo Rubens Paiva tornou-se num dos autores brasileiros mais populares a nível internacional graças ao lançamento do filme “Ainda Estou Aqui”, baseado no seu livro homónimo, lançado em 2015. A obra, protagonizada por Fernanda Torres, foi inspirada na sua infância e acabou por dar o primeiro Óscar ao Brasil (venceu na categoria de “Melhor Filme Internacional”).
No entanto, a sua carreira no mundo da literatura tem já mais de quatro décadas. Começou em 1982 com a apresentação do seu livro de estreia, “Feliz Ano Velho”, que não tinha uma edição portuguesa. O bestseller chegou, finalmente, às livrarias portuguesas nesta terça-feira, 30 de setembro, editado pela D. Quixote.
Ali, o brasileiro de 66 anos relata o acidente que o deixou tetraplégico quando tinha 20 anos. A emocionante história foi, posteriormente, adaptada para teatro e cinema, conquistando vários prémios pelo caminho.

“Longe de ser o simples testemunho de uma experiência dolorosa, ‘Feliz Ano Velho’ é o retrato geracional de uma juventude que, no final dos anos 1970, experimentava a abertura do governo militar e o sonho da redemocratização. Durante o período de recuperação, Marcelo conta detalhes da sua infância e da sua juventude, dos seus casos amorosos e da sua carreira musical; fala também da repressão da ditadura militar e da perseguição aos cidadãos que se opusessem ao regime, incluindo a invasão da sua casa por seis militares que levaram o seu pai, o deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, que Marcelo não voltaria a ver e cuja história desenvolve em ‘Ainda Estou Aqui’”, lê-se na sinopse.
A crítica brasileira ficou completamente rendida a este trabalho. “Marcelo, aos invasores, opõe a sua juventude, a sua mente sadia. Escreve. Luta. Politizado. Não se entrega, não odeia. Compreende. Sacudiu a poeira, deu a volta por cima”, descreve a “Folha de São Paulo”.
O livro tem 256 páginas e está atualmente à venda por 16,92€.
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