A start-up portuguesa foi selecionada pelo programa EP PerMed. Vai poder validar a eficácia de uma nova terapia para cancros agressivos.
Fundada por investigadoras da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Andreia Valente e Helena Garcia, em 2021, a start-up R-nuucell é uma das oito empresas selecionadas pelo EP PerMed, um programa apoiado com fundos europeus com a duração de seis meses. O programa selecionou mais sete empresas, com projetos que vão das terapias alternativas para o cancro a novas ferramentas relacionadas com a genética, a reabilitação neuromuscular e a recuperação tecidos.
A R-Nuucell vai receber 80 mil euros para validar a eficácia de uma nova terapia para cancros agressivos.A start-up está a trabalhar a partir da incubadora Tec Labs, e com o apoio do programa conta fazer os testes de validação da potencial terapia no laboratório colaborativo VectorB2B.
Andreia Valente, cofundadora da R-nuucell, e professora do Departamento de Química e Bioquímica de Ciências, explica que “com a participação no EP PerMed, pretendemos validar vários aspetos da nossa tecnologia, nomeadamente, a eficácia do candidato a fármaco PMC79 no tratamento do cancro colorretal com mutação na proteína KRAS, em modelos de ratinho”.
Os investigadores da R-nuucell vão aproveitar os testes para recolher dados sobre o tempo que o novo fármaco permanece dentro do corpo dos animais até ser excretado. Esses dados poderão ser úteis para definir dosagens e periodicidades de tomas de medicamentos, salientou Andreia Valente.
A par do estudo do cancro colorretal, a R-nuucell tem investigado terapias para o cancro do pâncreas, e algumas variantes do cancro do pulmão.
Caso consiga demonstrar eficácia, a start-up portuguesa pode dar um importante contributo para as terapias desenvolvidas à medida de cada caso clínico – sem perder de vista as estatísticas mais globais.