Angelina Jolie esteve no domingo na cidade espanhola de San Sebastián, onde apresentou no festival de cinema o filme Couture, obra que concorre à Concha de Ouro. Na longa metragem da realizadora francesa Alice Winocour, a atriz norte-americana de 50 anos dá vida a Maxine Walker, uma cineasta norte-americana em processo de divórcio que recebe a notícia de uma doença durante a Semana da Moda de Paris. Esta foi a primeira vez que a a atriz participou neste evento. 

Na conferência de imprensa do festival, Jolie foi interrogada sobre aquilo que atualmente teme enquanto artista e americana. A atriz suspirou profundamente e demorou alguns instantes para responder: «É uma pergunta muito difícil», admitiu. «Adoro o meu país, mas neste momento não o reconheço», lamentou. «Sempre vivi internacionalmente, a minha família é internacional, os meus amigos, a minha vida (…) A minha visão do mundo é igualitária, unida e internacional. Qualquer coisa, em qualquer lugar, que divida ou limite as expressões e liberdades pessoais de qualquer pessoa, parece-me muito perigosa (…) Como todos vós e todos os que nos veem, estou, já sabem, a viver tempos muito, muito difíceis», concluiu. 

Como lembra a revista Variety, o comentário da artista veio poucos dias depois da ABC ter decidido retirar do ar o famoso programa noturno de Jimmy Kimmel. A decisão foi tomada após o apresentador ter tecido comentários sobre o assassinato do jovem ativista conservador Charlie Kirk. O republicano foi morto no dia 10 de setembro, num ato político-religioso perante dezenas de milhares de pessoas. Vale ainda notar que a artista se identifica com a personagem que interpreta no filme, já que tanto a sua mãe como avó morreram com cancro. Em 2013, Angelina foi submetida a uma dupla mastectomia e, dois anos depois, foi operada para remover ovários e trompas de Falópio, para reduzir o elevado risco genético de ter a doença.