Quando recebeu aquele troféu Gerd Müller na gala da Bola de Ouro ao lado da avançada polaca Ewa Pajor, do Barcelona, Viktor Gyökeres quase esqueceu durante um minuto tudo o que aconteceu no verão e onde está agora. Porquê? Ao subir ao palco, mesmo sendo titular de uma das melhores equipas europeias e candidata a ganhar todos os principais títulos, recordou sobretudo os dois anos que lhe abriram tantas portas. “Primeiro quero agradecer à France Football e à UEFA por me receberem aqui. Depois, claro, agradecer também a todos no Sporting, na última época, por tornarem isto possível para mim. Que temporada fantástica juntos, ao vencer tanto a Liga como a Taça [de Portugal]. Foram memórias incríveis que criámos juntos e poder estar aqui é um sentimento fantástico”, começou por referir o avançado sueco em Paris.
Viktor Gyokeres wins the men’s Gerd Muller trophy for his 2024-25 campaign ???????????? pic.twitter.com/6QimccFON7
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“Quando comecei a jogar futebol estava sempre com fome de golos e isto é um grande reconhecimento, uma honra receber este prémio. Quero agradecer também à minha família e a todos os que estão perto de mim, por estarem sempre comigo. Houve muitos momentos complicados na minha carreira, mas estou aqui e é um sentimento fantástico. É um momento de orgulho para nós. Agora começo uma nova fase da minha carreira no Arsenal e quero criar alguns momentos especiais lá também, obrigado”, acrescentou depois.
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Faltava apenas essa parte. No dia anterior, o sueco tinha ficado em branco frente ao Manchester City, num jogo onde os londrinos chegaram apenas ao empate nos descontos por Gabriel Martinelli. Antes, também tinha ficado em branco em Bilbau com o Athletic, num jogo onde acabou por levar tantos pontos na cabeça como a equipa na bagagem depois de um choque com o companheiro Gabriel Magalhães. Recuando mais um pouco, levava três golos em seis jogos, sendo que dois foram na segunda jornada da Premier com o Leeds. Pelo investimento e pelo que fizera nas duas últimas temporadas, todos esperavam mais. Para Mikel Arteta, não poderia nesta altura fazer mais. E, na antecâmara do regresso à Champions, depois de algumas críticas pela exibição que teve em Newcastle onde voltou a não marcar qualquer golo, a defesa foi acérrima.
“Adorei, adorei mesmo a forma como ele reagiu. Ele aceitou, não mostrou frustração em momento algum. Eu disse-lhe que algumas decisões seriam a seu favor, outras não, que ele se deveria levantar, que muitas vezes teria dois ou três jogadores ao seu redor, que a bola estaria no ar e que muita coisa iria acontecer. Ele esteve muito envolvido no ataque. É uma pena que ele não tenha marcado um golo no final porque, na minha opinião, ele merecia-o totalmente. Mas adorei a reação dele, adorei a forma como ele lidou com a situação emocionalmente e também porque ele esteve envolvido em muitos momentos perigosos que ele mesmo criou. É um menino muito confiante. A sua ética de trabalho é incrível. É uma alegria trabalhar com ele, dá muito de si à equipa e ainda pode dar mais”, apontou o espanhol antes de novo jogo no Emirates.
Beautiful ball for Gyokeres.
Evades his marker. Finds the space.
But can’t quite get shot on target.pic.twitter.com/DcSK0NcAFJ
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Ao contrário do que aconteceu com nomes como Timber, Declan Rice, Calafiori, Eze ou Bukayo Saka, Arteta não prescindiu de Gyökeres no encontro frente ao Olympiacos. Mais: voltou a dar-lhe 90 minutos. O jogo não foi fácil contra a autêntica armada lusa dos gregos com Costinha, Podence, Gelson Martins ou Chiquinho (que teve um golo anulado na segunda parte), o sueco não marcou e passou para três golos em nove jogos no arranque pelo Arsenal. No entanto, e num momento vivido de forma particularmente feliz pelo treinador no banco, o número 14 foi essencial no lance do primeiro golo de Martinelli, ganhando em forço no meio dos centrais (um deles até caiu) para disparar uma bomba que Tzolakis desviou para o poste antes do toque final do brasileiro na pequena área (12′). O golo que fechou as contas só chegaria nos descontos por Saka (90+2′) mas não foi falta de tentativas que Gyökeres marcou. Assim, a “defesa” está sempre garantida…
O físico do Gyökeres.#DAZNChampions pic.twitter.com/QIdyLCHRfz
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“Aquilo que sinto é que está cada vez melhor, faz cada vez mais coisas em casa jogo que passa. Hoje teve algumas oportunidades que lhe foram negadas, teve o remate ao poste mas no geral voltou a fazer mais um jogo excecional. A capacidade de trabalho que tem é muito boa. Sim, queremos que ele marque golos mas, se não conseguir, que continue a dar tudo isto à equipa porque ajuda muito a equipa. Se é uma questão de tempo até marcar outra vez e começar a marcar mais? Não sei, espero que sim e que seja já no sábado [frente ao West Ham”, voltou a referir Mikel Arteta depois do triunfo diante dos gregos do Olympiacos.
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