A empresa americana proprietária do ChatGPT, a OpenAI, alcançou uma avaliação de 500 mil milhões de dólares, segundo a imprensa internacional, um montante que, ao câmbio actual, ascende a 426 mil milhões de euros. É um crescimento de 67% em relação ao anterior valor que lhe era atribuído.

O anterior preço atribuído à startup era de 300 mil milhões de dólares (256 mil milhões de euros), o que significa que antes era preciso agregar a capitalização bolsista da EDP por 15 vezes para chegar à sua avaliação.

Agora, usando o mesmo comparativo, é preciso juntar 25 EDP, a mais valiosa das empresas da bolsa nacional, cujo valor de mercado está nos 17 mil milhões de euros esta quinta-feira, 2 de Outubro. A título de comparação da ordem de valores em causa, ainda que sejam indicadores distintos, o produto interno bruto português (PIB) não chegava aos 300 mil milhões de euros em 2024, muito abaixo daquela que é a startup do mundo que mais brilha em valor.

O novo valor permite à empresa de inteligência artificial superar os 400 mil milhões de dólares (341 mil milhões de euros) a que a SpaceX, de Elon Musk, foi avaliada em Julho, como compara o Financial Times. Musk – que a revista Forbes calcula ser a primeira personalidade a ter uma fortuna individual superior aos 500 mil milhões de dólares – foi fundador da OpenAI. Segundo a Bloomberg, as mais valiosas startups são depois chinesas e norte-americanas, não havendo europeias em destaque.

Não sendo a OpenAI uma empresa cotada em bolsa, é com a transacção privada de acções que se calcula a sua avaliação. E as publicações internacionais como a Reuters, o Financial Times e a agência financeira Bloomberg explicam que houve um negócio feito por trabalhadores da empresa, que venderam uma parcela de acções, o que, além de dar mais-valias aos vendedores (como forma de remuneração variável), também permite fazer uma avaliação de todo o valor da empresa.

Este tipo de operações tem vindo a ter destaque no mundo tecnológico que tenta atrair, ou reter, o talento humano capaz de desenvolver a inteligência artificial, para que não saia para a concorrência. A Bloomberg refere o caso da elevada remuneração que a Meta, detentora do Facebook, está a oferecer para conquistar funcionários à OpenAI. Mas nem todos os trabalhadores da dona do ChatGPT optaram pela venda, e decidiram manter as acções na sua posse, mostrando crença numa valorização futura adicional.

A empresa presidida por Sam Altman – que assinou recentemente contratos para receber semicondutores das sul-coreanas Samsung e SK Hynix para os seus centros de dados – não tem acções dispersas em bolsa, mas ganhou agora novos investidores, que a imprensa internacional diz envolver grandes entidades do sector financeiro como o T. Rowe Price, além do já presente japonês SoftBank. A OpenAI tem também vindo a desenhar parcerias com empresas como a Nvidia ou a Microsoft. No primeiro semestre do ano, gerou receitas 16% superiores às do ano anterior, segundo dados citados pela Reuters.