O Windows 10 encara a sua despedida a 14 de outubro com prorrogações muito específicas. Já o saudoso Windows 7 ressurge no Statcounter e roça os 10% quando ninguém o esperava. A transição para o Windows 11 implica renovar equipamentos e planear com cuidado a migração. Que se passa com o mercado?

Windows 7? Olha só quem voltou!

Em 2025 o W10 deixará de receber atualizações de segurança, uma decisão que coloca milhões de computadores num cenário vulnerável. Sem esses patches, qualquer falha descoberta poderá ser explorada, algo que preocupa tanto no âmbito doméstico como empresarial. Não se trata de uma recomendação menor, mas de uma mudança que afeta a base instalada de computadores mais numerosa do planeta.

O movimento colocou muitos utilizadores perante um dilema complexo. Migrar para o Windows 11 parece o caminho lógico, mas nem sempre é possível sem custos adicionais. O sistema requer hardware compatível com tecnologias como TPM 2.0 e uma geração de processadores relativamente moderna.

Quem não cumpre esses critérios vê-se forçado a manter o Windows 10 sem suporte ou, diretamente, a renovar o PC, embora em alguns mercados a Microsoft tenha permitido exceções que possibilitam prolongar por mais um ano a receção de atualizações, desde que cumpridas certas condições.

O chip TPM é normalmente soldado à motherboard, mas também existem módulos adicionais disponíveis.

O regresso inesperado do Windows 7

A estatística de setembro de 2025 trouxe uma surpresa inesperada. Segundo os registos do Statcounter, o Windows 10 desceu para 40,5% do mercado, o seu nível mais baixo desde novembro de 2017. Ao mesmo tempo, o Windows 11 ficou na liderança com 48,9%, confirmando que a mudança geracional está em curso. Até aqui, a evolução parece lógica, salvo por um detalhe que chamou especialmente a atenção.

Esse detalhe é o Windows 7. O sistema que ficou sem suporte em 2020 e que até viu terminar o seu programa de atualizações estendidas em 2023 reapareceu com força. Em poucas semanas passou de quotas próximas dos 3% para registar 9,61% em setembro. A magnitude do salto torna difícil imaginar migrações em massa para um software tão antigo, mas os números estão aí.

Como são feitas as estatísticas

Antes de tirar conclusões precipitadas, convém recordar como estas estatísticas são construídas. O Statcounter não tem acesso à telemetria da Microsoft, a única capaz de fornecer números exatos. A sua metodologia baseia-se num código instalado em mais de 1,5 milhões de páginas web espalhadas pelo mundo. Cada visita contabiliza qual o sistema operativo e navegador utilizado, de modo que as percentagens resultam de milhões de interações diárias com sites de terceiros.

Trata-se de um modelo que oferece uma amostra muito ampla, mas continua a ser um levantamento. O Statcounter garante que elimina tráfego de bots e ajusta certos parâmetros técnicos, como o pré-carregamento do Chrome.

O gráfico de setembro deixa uma incógnita evidente. O Windows 7 surge de repente com um peso que não tinha nos meses anteriores, quebrando a trajetória descendente que parecia definitiva. O que estará por detrás dessa mudança? Com a informação disponível, só resta reconhecer que não há uma resposta clara e que qualquer tentativa de explicação seria especulativa.

O futuro da migração para o Windows 11

A transição para o Windows 11 está marcada pela segurança, e nesse campo os detalhes importam. A Microsoft repete que manter um sistema sem suporte representa uma exposição, embora também reconheça que a mudança nem sempre é imediata. Por isso, juntamente com o anúncio do fim do Windows 10, introduziu mecanismos para dar margem aos utilizadores.

Assim, foram estabelecidas duas vias. Para utilizadores domésticos, pelo menos na União Europeia, existe a possibilidade de receber durante mais um ano atualizações de segurança ao associar o equipamento a uma conta Microsoft.

Tanto em contexto particular como empresarial, está igualmente disponível a opção de subscrever o programa de Atualizações de Segurança Estendidas, que garante até três anos adicionais de patches. Estas medidas não alteram o horizonte final, mas permitem planear com mais calma a migração para uma versão suportada.

Em última instância, são os próprios utilizadores que devem avaliar o que fazer com os seus equipamentos. Alguns prolongarão o Windows 10 enquanto durar a prorrogação, outros darão o salto para o Windows 11 e haverá ainda quem considere alternativas fora do ecossistema da Microsoft.

As estatísticas oferecem uma fotografia global, mas cada caso tem os seus próprios detalhes. Fica a questão em aberto: como vai gerir o fim do Windows 10?